segunda-feira, 29 de abril de 2019

Em Noite de Lua Cheia

Alguns anos antes de “Philadelphia”, nos idos de 1989, lá estava a diretora italiana Lina Wertmüller falando sobre AIDS e o preconceito inerente à doença –e ainda dela extraindo a então folclórica relação com o homossexualismo.
Na trama desta obra no mínimo curiosa, Hutger Hauer vive John Knott, um jornalista que se arrisca numa experiência imprevista: Faz-se passar por soro positivo a fim de investigar a reação humana ante uma pessoa nestas condições.
No entanto, eis que o destino comparece com uma ironia cruel: Ele reencontra uma paixão do passado (a sempre linda Nastassja Kinski), e após um casual interlúdio, descobre que realmente contraiu o vírus.
A diretora observa o peso esmagador de tal fato se abater sobre sua vida, minando e contaminando todas os seus âmbitos: Familiar, social, profissional.
A partir de algum momento, porém, Wertmüller perde o controle do drama contundente que poderia ter concebido e cede ao folhetim, dando ao elenco uma orientação desmazelada, algo esquizofrênica, longe da exatidão vista em outros trabalhos.

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