Fala-se que Wes Craven teve várias inspirações para a composição de Freddy Krueger e a tenebrosa história que o cerca: Algumas afirmações se referem à episódios da juventude de Craven –e que vieram assim a moldar seu gosto pelo cinema de terror –e outros até citam certas histórias reais, referentes a pessoas que morreram dormindo, ou psicopatas verídicos queimados vivos por grupos de pessoas indignadas.
Verdade ou não, a fusão de todos esses
elementos realmente resulta na trama básica que emoldura o icônico antagonista
deste lendário filme de terror dos anos 1980, composto de características
marcantes que o levaram a representar toda uma franquia surgida a partir daqui,
e a ocupar –ao lado de outros ícones do terror –um lugar de respeito na cultura
pop.
O estopim para tal fenômeno –esta obra dirigida
por Wes Craven –é um filme de terror eficaz em tudo que se espera de uma
produção nesses moldes: Climático, amedrontador, enxuto, cheio de inventividade
e de pequenas definições oriundas de outros sub-gêneros nos quais o terror
havia, nas últimas décadas, se ramificado.
Há, em “A Hora do Pesadelo”, códigos plantados
pelo cinema de John Carpenter em geral (“Halloween” em particular) nos quais
identifica-se o perfil previamente estabelecido dos personagens que irão morrer
e os que viverão até o final, a dicotomia ‘promiscuidade/morte certa’ que
norteia a contagem de corpos do ‘slasher’, os expedientes de atmosfera e
sanguinolência descobertos pelo giallo italiano (do qual o ‘slasher’ pode ser visto
como uma variação) e, acima de tudo, o aproveitamento criativo e original dos
temores infantis acerca do monstro no sonho ruim dotado de poder para nos
perseguir e nos fazer mal também na vida desperta.
Tal monstro, aqui, é Freddy Krueger, personagem
ao qual o ator Robert Englund dá uma identidade e uma peculiaridade que
extravasam o já bem elaborado background presente em sua origem.
Ele afronta, em sonhos, a jovem Nancy (Heather
Langenkamp) que percebe a autenticidade incomum naqueles pesadelos –Freddy, ela
não tarda a concluir, é capaz de fazer mal a qualquer pessoa na realidade
também. Os outros personagens ao redor dela, como é de praxe em inúmeros filmes
de terror, não acreditam nela –entre eles, o namoradinho vivido por Johnny
Depp, ainda em início de carreira.
Há, ainda assim, um propósito nos atos torpes
de Freddy, na qualidade da assombração que ele é: Os membros da Rua Elm estão na
sua mira, as pessoas descendentes de todos aqueles que, quando ele era vivo e
matador humano de crianças, o executaram queimando-o vivo.
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