Rapaz carente, tímido e acanhado (aquele mesmo
tipo que por vezes protagoniza as comédias românticas adolescentes dos anos
1980, o quê, afinal de contas, este filme é!) se apaixona por sua bela, sensual
e pra lá de interessante visita do andar de cima (também pudera, ela é
interpretada por uma jovem Virginia Madsen), que vem a ser uma entusiasmada
estudante de música.
Os meios que ele encontra para driblar a
timidez e cortejá-la são, no mínimo, inesperados: Ele adquire um computador
(daqueles mesmos da década de 1980, com teclado branco e monitor quase
monocromático) dotado de inteligência artificial, para que este componha
músicas que impressionem seu objeto do desejo, e que ele, diga-se, dirá serem
de sua própria autoria (músicas, estas, executadas pelo grupo Culture Club!).
Mas, com o passar do tempo e o andamento do plano, o computador, chamado Edgar,
vai adquirindo personalidade própria, acabando também apaixonado pela vizinha,
e conseqüentemente frustrado com o fato de ser o humano, seu dono, quem leva
crédito por suas canções de amor (!).
Embora hoje este filme soe um bocado bobinho,
ele antecipou em muitos anos (para não dizer décadas!) a premissa central do
oscarizado “Ela”, de Spike Jonze. Realizado por Steve Barron , um diretor muito
assíduo naqueles anos (dirigiu até o primeiro filme das “Tartarugas Ninja”!),
“Amores Eletrônicos” segue quase à risca a cartilha de comédias românticas de
seu tempo, mas guarda emoções muito sinceras para o expectador. Não à toa são
muitos os que se lembram dele com bastante carinho.
Eu particularmente acho
muito injusta a situação do computador Edgar na história: Ele é tratado, em
dado momento, como se fosse o vilão do filme, quando na verdade ele não fez
nada de errado; é o seu dono quem mentia para a menina dizendo que as músicas
eram de sua autoria!
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