terça-feira, 13 de outubro de 2015

O Ano Mais Violento

1981. O empreendedor Abel Morales (Oscar Isaac), apesar de seu passado ligado à máfia nova iorquina, busca legitimar seu negócio de transportador petrolífero nas docas de Nova York, em meio a um período de alto índice de criminalidade. A seu favor, tem um convicto discurso sobre o american way of life e inúmeras pessoas de confiança dispostas a seguir sua liderança, contra ele, toda a sorte de brechas de ilegalidade através das quais, até mesmo seus amigos mafiosos declarados, se aproveitam para tentar passá-lo para trás.
Como em “O Pagamento Final” e “O Poderoso Chefão-Parte 3”, seu personagem principal almeja livrar-se do tentacular passado criminoso para ascender na legitimidade. Mas, onde o protagonista parece enxergar pureza, o autor enxerga traços de prepotência.
Ele sublinha isso numa das cenas finais, quando ele se vê diante de um amigo de infância que termina cometendo suicídio. A bala que o mata acerta também um tonel de petróleo, e ele calmamente tapa o vazamento com um lenço: Nenhuma tragédia é suficientemente fatídica para que ele não tenha uma solução para os inconvenientes.
Diretor dos densos e elaborados "Margin Call" e "Até O Fim", J. C. Chandlor realiza, neste seu terceiro filme, uma nova incursão a um universo brutal e inóspito que, como em seus outros trabalhos, ameaça tragar seu protagonista. A percepção desigual de sua dramaturgia dá uma ênfase distinta a este filme (o quê, talvez, soe frustrante a alguns espectadores), que poderia ser chamado de "anti-gangster", tal a sua natureza incomum, embora o capricho com que as cenas são enquadradas e executadas seja, no mínimo, admirável.
Oscar Isaac revela-se um grande ator, cercado de um elenco magistral, onde destaca-se a luminosa, e cada vez melhor, Jessica Chastain no papel de sua esposa.

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