Que filmaço este “A Bruxa”!
Uma refinada reconstituição de época, atroz na
forma como faz emergir seus atores nos trejeitos arcaicos daquelas pessoas de
então, ao mesmo tempo em que é um perturbador conto de terror, o mais poderoso
que o cinema nos trouxe em muitos anos.
Engana-se porém aquele que pensar tratar-se de
um filme de terror nos mesmos moldes daqueles que infestam as salas de
multiplex: Esta não é uma obra a ser consumida por públicos adolescentes.
Sua condução é comedida, e o tratamento narrativo realizado visa criar um clima em torno do qual o diretor Robert Eggers relata sua tenebrosa história.
Sua condução é comedida, e o tratamento narrativo realizado visa criar um clima em torno do qual o diretor Robert Eggers relata sua tenebrosa história.
Em meados do século XVII, uma família de
imigrantes ingleses, cujo patriarca entra em desacordo com as normas rígidas da
religião local, aventura-se por florestas inexploradas buscando um lugar para
se estabelecer e viver. A floresta por eles escolhida é um lugar proibido às
crianças, que resumem-se à adolescente Thomasin (a ótima Anya Taylor-Joy), ao
garoto Caleb, e aos gêmeos Mercy e Thomas.
Há também o bebê, que no início do filme, por
um momento de descuido de Thomasin acaba desaparecido. E levanta-se, então a
hipótese de uma bruxa na região, embora a própria Thomasin, assim como o
patriarca da família busquem a explicação mais racional e menos aterradora de
que foi um lobo.
A tensão que se acumula com o passar dos dias,
e com a sucessão de novas ocorrências vai desestabilizando as relações
familiares.
Segundo consta, adaptado de uma série de
relatos oriundos da própria época, o filme de Eggers encontra sua força na
excelência de sua recriação, o quê já contribui para convencer o expectador com
o forte realismo que pulsa de todas as cenas.
O desenlace é cruel e árduo, tal como a própria
idéia que tinham da condição humana; nada, portanto, mais lógico.
Em sua encenação certeira, sua eficaz e compenetrada caracterização, e na atuação minuciosa de seu elenco, o diretor obtém uma atmosfera asfixiante que envolve o filme do início ao fim, e conduz aos vinte minutos finais. Uma sequência ininterrupta de cenas espantosas e apavorantes.
Em sua encenação certeira, sua eficaz e compenetrada caracterização, e na atuação minuciosa de seu elenco, o diretor obtém uma atmosfera asfixiante que envolve o filme do início ao fim, e conduz aos vinte minutos finais. Uma sequência ininterrupta de cenas espantosas e apavorantes.
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