quarta-feira, 15 de março de 2017

Flores do Oriente

Se na recente fantasia “A Grande Muralha” o diretor chinês Zhang Ymou tinha o astro Matt Damon no comando do elenco, aqui neste belo trabalho anterior ele conta com um Christian Bale quase recém-saído de sua bem-sucedida experiência como Batman da “Trilogia do Cavaleiro das Trevas” de Christopher Nolan, e em vias de ganhar um Oscar (de Melhor Ator Coadjuvante em 2010, por “O Vencedor”).
1937. China. A cidade de Nanquim encontra-se em frangalhos quando a ocupação do exército japonês se concretiza quase que por completo. Nessas condições é que o agente funerário John Miller (Bale) chega ao país a fim de lidar com o falecimento de um padre norte americano. Mas, sitiado dentro da igreja, é ele quem tem que assumir a identidade de padre para proteger dos soldados japoneses as jovens meninas orfãs abrigadas lá dentro, junto das quais se junta também um grupo de prostitutas.
O perigo se intensifica a medida que eles passam os dias tentando proteger-se lá dentro, e logo, a necessidade de um audacioso plano de fuga se faz presente.
Todavia, alguns sacrifícios serão inevitáveis.
O diretor Ymou, talentoso e experiente, une vários estilos e ritmos variados que ele adotou em sua extensa carreira para elaborar imagens ricas –ainda que irregulares –deste que parece ser seu próprio "Resgate do Soldado Ryan" (um filme de guerra onde ele tem a oportunidade de usar de sua perícia para registrar com empolgação os momentos atrozes –e por que não, vibrantes –da guerra, ainda que, mais a frente a trama ganhe contornos bem diferenciados ao explorar a dinâmica entre os personagens confinados na igreja), cuja narrativa tem por eixo principal o seu protagonista, o grande Christian Bale.

Bastante inclinado a um cinema de expressões mais hollywoodianas –e, não raro, tendencioso em seu registro, como prova alguns de seus títulos –Ymou não tenta nem um pouco evitar a demonização dos japoneses, mostrados aqui como torturadores sádicos, cruéis, desumanos e implacáveis.

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