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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O Artista

Foi o francês Michel Hazanavicius –outrora, mais conhecido por diversos filmes de graciosa paródia feitos em parceria com o astro Dujardim (o quê não deixa de ser o caso deste filme também) –o realizador deste festejado vencedor do Oscar 2012 de Melhor Filme, derrotando inúmeros concorrentes de peso (e de qualidade cinematográfica notadamente superior).
Pode-se argumentar que, para aqueles de paladar mais comercial, ele acerta onde, por exemplo, "Árvore da Vida" erra (um de seus concorrentes na disputa ao Oscar): Tem o bom senso de terminar na hora certa –não cansando o expectador; este é um dos mais curtos e rápidos filmes a ganhar o Oscar dos últimos anos.
Todavia, se este é o melhor elogio a se fazer para um filme que tirou tal prêmio das mãos de “A Invenção de Hugo Cabret”, “Histórias Cruzadas”, “Meia-Noite em Paris” ou da própria obra de Terence Malick, então este é um caso de se rever a atitude da Academia de Artes Cinematográficas.
1927. O astro do cinema mudo George Valentin (Jean Dujardin premiado com o Oscar de Melhor Ator) conhece e encanta-se com a atriz iniciante Peppy Miller (Berenice Bejo, esposa do diretor, em uma bela atuação). Nos anos que virão com a ascensão do cinema falado e o declínio do cinema mudo, ela irá tornar-se uma estrela, enquanto ele sofrerá sua decadência, indisposto e incapaz de aceitar essa nova tecnologia.
Filmado em preto & branco e num tom completamente desprovido da acidez das comédias norte-americanas, o ameno e singelo trabalho de Hazanavicius se mostra uma homenagem aos filmes mudos em geral (valendo-se dos mesmos recursos, como pantomina, intertítulos e tudo o mais) e das obras, daquele período, oriundas dos estúdios hollywoodianos em particular. Tudo mostrado com reverência, com carinho e zelo. De repente pode ter sido essa escancarada demonstração de admiração que tenha massageado o ego dos americanos, fazendo com que “O Artista” conquistasse os cinco Oscars que conquistou –incluindo o de Melhor Diretor para Hazanavicius.

sábado, 7 de outubro de 2017

Os Vencedores do Oscar 2012

(Todo o sábado, agora, haverá uma retrospectiva das cerimônias do Oscar de anos pregressos em ordem regressiva. Vamos ver até onde vai...)
Com tantos títulos interessantes, é uma pena que o prêmio principal tenha ido para um dos indicados mais fracos, um título simplório, tímido e pouco memorável. Um erro que infelizmente tem sido comum na cerimônia do Oscar –o quê torna mais lamentável a ausência total de premiações à “Harry Potter e As Relíquias da Morte” (que tinha três indicações técnicas), última chance do Oscar dar uma única estatueta à saga, assim como ao excepcional “Árvoreda Vida”.
Falando nisso, a cerimônia de 2012 foi também a revelação de Jessica Chastain que terminou perdendo o prêmio para sua colega de elenco, Octavia Spencer –mas Jessica devia ter sido indicada mesmo pelo filme de Malick.
Vimos também Meryl Streep sair vencedora com sua terceira estatueta (as outras foram Melhor Coadjuvante por "Kramer Vs Kramer" e Melhor Atriz por "A Escolha de Sofia") por um filme desta vez irregular e a vitória do gracioso trabalho do francês Jean Dujardin sobre concorrentes superiores (em especial, Gary Oldman por "O Espião Que Sabia Demais").
Posso dizer que, das cinco categorias principais, a única que me satisfez plenamente, foi a de Ator Coadjuvante, com a mais que merecida vitória do sensacional Christopher Plummer.

MELHOR FILME
"O Artista"

MELHOR DIREÇÃO
"O Artista", Michel Hazanavicius

MELHOR ATRIZ
Meryl Streep, "A Dama de Ferro"

MELHOR ATOR
Jean Dujardin, "O Artista"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Octavia Spencer, "Histórias Cruzadas"

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Christopher Plummer, "Toda Forma de Amor"

MELHOR FOTOGRAFIA

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
"Undefeated"

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
"Saving Face"

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"A Separação" (Irã)

MELHOR MIXAGEM DE SOM
"A Invenção de Hugo Cabret"

MELHORES EFEITOS VISUAIS
"A Invenção de Hugo Cabret"

MELHOR MAQUIAGEM
"A Dama de Ferro"

MELHOR FIGURINO
"O Artista"

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
"A Invenção de Hugo Cabret"

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
"A Invenção de Hugo Cabret"

MELHOR TRILHA SONORA
“O Artista"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Man Or Muppet", de "Os Muppets"

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
"Os Descendentes"

MELHOR LONGA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"The Fantastic Flying Book of Mr. Morris Lessmore"

MELHOR EDIÇÃO
"Os Homens Que Não Amavam As Mulheres"

MELHOR CURTA-METRAGEM
"The Shore”

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O Lobo de Wall Street

Aos 24 anos, Jordan Belfort tornou-se corretor da bolsa de valores de Wall Street logo após a queda das ações de 1989. Desempregado, ele recorreu às firmas de ações menores que especulavam com clientes de classe média baixa, até Jordan ter a inovadora ideia de fazer uso de sua lábia privilegiada para vender tais ações aos tubarões graúdos que negociavam diretamente com os grandes corretores. 
O resultado levou sua empresa de fachada, a Stratton Oakland, a tornar-se um sucesso e ele, um milionário, tudo através de meios ilícitos. Não tardou para que o assim chamado ‘lobo de Wall Street’ caísse na mira do FBI. 
Esta primorosa e anárquica recriação de Martin Scorsese do turbilhão de alcool, drogas e orgias que constitui a vida tumultuada do esteleonatário Jordan Belfort, foi muito influenciada por seu próprio trabalho no seminal "Os Bons Companheiros"; lá está a narrativa esperta, entrecortada por momentos imensamente espirituosos de seu diretor, nos quais ele lança mão de um sem fim de recursos (edição, trilha sonora, narração em off, e outros artifícios mais), para enredar o expectador numa trama que transformam as três horas de duração num breve e delicioso deleite. 
Afirmar (como muitos críticos afirmaram) que Scorsese está emulando a si mesmo, é uma postura no mínimo canhestra e rabugenta diante do filme maravilhoso que ele consegue entregar; notável mesmo é concluir o fôlego e a vitalidade que preserva este realizador de 71 anos, ao mostrar-se plenamente capaz de igualar êxitos artísticos que ele mesmo conseguiu urgir a mais de vinte e cinco anos atrás. 
Atenção para a fantástica atuação de Leonardo Dicaprio, certamente uma das melhores de sua carreira, e a beleza (e nudez) de Margot Robbie.