Lançado em 2002, “Extermínio” representou algumas notáveis inovações, das quais hoje poucos o creditam –além de capitanear toda uma nova leva de filmes sobre mortos-vivos que seguem sendo feitos até hoje (ainda que os ‘mortos-vivos’ aqui sejam ‘infectados’), também foi uma das audaciosas produções a adotar a técnica da câmera digital que proporcionava às filmagens uma praticidade e uma rapidez que encontrou reflexo na criatividade e na urgência daqueles realizadores de então –e ainda foi incluído na Lista dos 100 Melhores Filmes da Década (do ano 2000 à 2010) feita pela Revista Time.
À ele seguiu-se, em 2007, uma continuação,
intitulada “28 Weeks Later” –em alusão ao título original, “28 Days Later”, ou “28
Dias Depois” –não tão boa quanto, mas igualmente vibrante, interessante e
certamente acima da média.
Quando muitos já achavam que a franquia não
tinha mais o que oferecer, eis que o roteirista Alex Garland e o diretor Danny
Boyle (que, durante esse meio-tempo ganhou 8 Oscars por “Quem Quer Ser Um Milionário?”) apareceram com este “28 Years Later” que, como o título original
já diz, passa-se, num audacioso salto de tempo, vinte e oito anos depois do
início da infecção ocorrida no primeiro filme –os infectados (vítimas de uma
contaminação em laboratório) se proliferaram por todo o Reino Unido levando o
lugar a ficar isolado do resto do mundo. Entretanto, nessas condições, as
comunidades persistentes afloraram; como aquela que é retratada no filme: Um
lugarejo localizado numa ilha, cujo acesso ao continente se dá por uma faixa de
terra de poucos quilômetros que, durante algumas horas ao dia, se torna
trafegável graças à maré baixa.
É numa dessa ocasiões que o jovem Spike (Alfie
Williams), ladeado por seu pai, o rígido Jamie (Aaron Taylor Johnson), irá
encarar sua primeira incursão no continente, logo, seu primeiro encontro com os
temidos infectados que, nesse estágio de contaminação, já nem usam mais roupas
e, ainda por cima dividem-se em duas aparentes categorias; uma, chamada ‘rastejantes’,
em que são desajeitados e não conseguem andar (ainda que continuem
potencialmente perigosos); e outra, os já conhecidos infectados, selvagens e
implacáveis, que correm feito maratonistas atrás de suas vítimas. É entre eles
que os mais desavisados podem encontrar os Alfas, infectados cujo vírus atua em
seu organismo como anabolizantes, deixando-s enormes, fortes e musculosos,
incapazes de serem mortos apenas pelas habituais fechas no corpo ou na cabeça.
Não basta à Spike ir uma única vez para o
continente e escapar de lá por muito pouco –ele quer voltar para levar para lá
sua mãe (Jodie Comer, de “Star Wars-A Ascensão Skywalker”). Acometida de algum
mal que ninguém na aldeia é capaz de curar ou tratar, Spike almeja encontrar em
algum lugar daquele mundo desolado, o excêntrico Dr. Kelson (Ralph Fiennes,
cada vez mais sensacional), um médico especialista que afastou-se das pessoas e
passou a desenvolver um comportamento, no mínimo, incomum. Com seus conhecimentos,
e apesar de tudo, Spike sabe que o Dr. Kelson pode dizer qual é o problema com
sua mãe –ainda que, no encalço de todos, esteja um dos temidos Alfas!
O roteiro e a direção inspirados de Garland e
de Boyle provam, ao longo de todo este “A Evolução”, que eles têm ideias de
sobra para ilustrar esse desigual mundo pós-apocalíptico que eles criaram para
ambientar sua saga –tanto que, um outro filme, a continuar exatamente do ponto
em que este abruptamente se interrompe, já está nos planos de ser lançado.