quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Amores Eletrônicos

Rapaz carente, tímido e acanhado (aquele mesmo tipo que por vezes protagoniza as comédias românticas adolescentes dos anos 1980, o quê, afinal de contas, este filme é!) se apaixona por sua bela, sensual e pra lá de interessante visita do andar de cima (também pudera, ela é interpretada por uma jovem Virginia Madsen), que vem a ser uma entusiasmada estudante de música. 
Os meios que ele encontra para driblar a timidez e cortejá-la são, no mínimo, inesperados: Ele adquire um computador (daqueles mesmos da década de 1980, com teclado branco e monitor quase monocromático) dotado de inteligência artificial, para que este componha músicas que impressionem seu objeto do desejo, e que ele, diga-se, dirá serem de sua própria autoria (músicas, estas, executadas pelo grupo Culture Club!). Mas, com o passar do tempo e o andamento do plano, o computador, chamado Edgar, vai adquirindo personalidade própria, acabando também apaixonado pela vizinha, e conseqüentemente frustrado com o fato de ser o humano, seu dono, quem leva crédito por suas canções de amor (!). 
Embora hoje este filme soe um bocado bobinho, ele antecipou em muitos anos (para não dizer décadas!) a premissa central do oscarizado “Ela”, de Spike Jonze. Realizado por Steve Barron , um diretor muito assíduo naqueles anos (dirigiu até o primeiro filme das “Tartarugas Ninja”!), “Amores Eletrônicos” segue quase à risca a cartilha de comédias românticas de seu tempo, mas guarda emoções muito sinceras para o expectador. Não à toa são muitos os que se lembram dele com bastante carinho. 
Eu particularmente acho muito injusta a situação do computador Edgar na história: Ele é tratado, em dado momento, como se fosse o vilão do filme, quando na verdade ele não fez nada de errado; é o seu dono quem mentia para a menina dizendo que as músicas eram de sua autoria!

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