quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Lanternas Vermelhas

Está aí um filme fantástico. 
O lugar é a China do período feudal. O tempo aparentemente é o século XIX. 
Mas, o diretor Zhang Ymou não parece disposto a nos fornecer muitas informações. 
Até porque, no final das contas, elas acabariam sendo irrelevantes. Quando o filme começa somos colocados ao lado da jovem camponesa (Gong Li, que nos cativa instantaneamente) que acaba vendida por seus pais a um senhor de terras de quem será a quarta esposa, a despeito de uma instrução universitária que recebeu. 
As quatro casas, das quatro esposas distintas ficam uma em frente à outra criando para o filme um cenário assimétrico do qual a câmera não conseguirá escapar mais. 
Como a jovem protagonista, somos assim prisioneiros da narrativa de sua própria vida. 
O marido se reveza entre as quatro esposas a cada noite. A esposa cuja casa for agraciada com sua presença é iluminada por lanternas vermelhas, e junto com elas vem todo um repertório de regalias e privilégios, e logo fica claro a disputa velada e acirrada que as esposas travam umas com as outras. 
A despeito das conclusões diferentes a que se pode chegar avaliando as mensagens subliminares deste filme e de toda a obra de Zhag Ymou (uns dizem que seus trabalhos reafirmam a inutilidade de uma revolta contra o sistema vigente; enquanto outros dizem que é uma denúncia à opressão governamental; e os dois pontos de vista são válidos), o seu talento cinematográfico é inegável. 
É de uma maravilha sem fim assistir à “Lanternas Vermelhas”. Não só Zhang Ymou e sua técnica intimista estão em estado de graça, como também está Gong Li, um das mulheres mais lindas do mundo, e sem dúvida uma das atrizes mais sensacionais do cinema.

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