sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Terror Nos Bastidores

Havia bastante potencial na premissa: Três anos após o acidente que matou sua mãe, uma jovem é convidada para a apresentação do único filme pelo qual ela, que era atriz de cinema, foi reconhecida, um terror de quinta categoria, nos mesmos moldes da série “Sexta-Feira 13”. Durante a projeção, o cinema pega fogo e, ao tentar fugir do incêndio, ela e outros quatro amigos passam por uma fenda na tela, a fim de ir para os fundos da sala de cinema. Só que, ao invés disso, eles entram no próprio filme (!). Dessa forma, a jovem tem a oportunidade de resolver certas pendências no relacionamento com sua mãe que, é sempre bom lembrar, está nesse filme, embora não a reconheça, já que ela é uma das personagens. O problema é que eles estão num filme de terror, onde todos os personagens eventualmente irão morrer pelas mãos de um assassino estilo Jason Voorhees. Contudo, eles decidem valer-se de seus conhecimentos como expectadores desses mesmo filmes para driblar os inevitáveis clichês que surgirão, e deles valer-se para conseguir sobreviver até o final do filme, e voltar para o mundo real. 
Quando li a respeito de “Final Girls” fiquei entusiasmado, quantas possibilidades! Uma comédia de metalinguagem justamente sobre um dos sub-gêneros cinematográficos que mais se presta à paródia: o slash movie, ao qual o distinto “Sexta-Feira 13” pertence. E ainda por cima com a maravilhosa (e normalmente pouco aproveitada) Malin Ackerman. 
Contudo, desperdício é a palavra que mais aparece nas minhas impressões sobre esta produção. Não só Malin Ackerman está sub-aproveitada aqui, em detrimento da protagonista, Tayssa Farmiga (uma tanto inexpressiva, e um bocado também irritante com suas respostas monossilábicas), bem menos interessante do que sua talentosa irmã mais velha, Vera Farmiga, como também essa ótima premissa rende pouco mais que uma ou outra piada rasteira aqui e ali. Em muitos momentos, e na maneira como muitas das cenas são elaboradas, tem-se a sensação de que roteiro e direção queriam emular o estilo de sátira aplicado no pra lá de genial “Todo Mundo Quase Morto”, mas uma coisa é querer fazer igual àquele filme, e outra, bem diferente, é ter o talento do diretor Edgar Wright. Uma pena, eis aí uma boa idéia que terminou morrendo na praia.

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