sexta-feira, 25 de março de 2016

Batman Vs Superman - A Origem da Justiça

Então, estreou nos cinemas o filme com a qual a Warner Studios almeja construir um universo cinematográfico oriundo das páginas das HQs nos mesmos moldes (e de preferência com o mesmo sucesso de bilheteria) que a Marvel Studios fez.
"Batman Vs Superman" não é uma mera sequência de "O Homem de Aço", embora dê continuidade aos eventos mostrados naquele filme: Está mais para uma expansão.
Descobrimos, por exemplo, que a mitologia envolvendo o Superman era apenas mais uma em um universo carregado de complexidade, e que -como o título já deixa explícito -tudo é apenas o começo.
O verdadeiro protagonista é Ben Afleck, ou melhor Bruce Wayne, a identidade secreta de Batman, o vigilante mascarado que atua na cidade de Gotham. O diretor Zack Snyder registra as ações de Batman com uma proximidade muito grande, respeitosa e reverente, ao modo como ele foi caracterizado, com maestria, na "Trilogia do Cavaleiro das Trevas", de Christopher Nolan. A diferença é que, para acomodar todo um universo de seres super-humanos, o realismo foi deixado um pouco de lado, mas certamente não o tom sombrio. Logo, são imediatamente identificáveis os elementos com os quais este novo "Universo DC" pretende se distinguir do já muito bem estabelecido "Universo Marvel".
Lex Luthor é o vilão, e na atuação histérica, excessiva de maneirismos de Jesse Eisenberg, seu personagem parece querer emular com certo desespero o Coringa de Heath Ledger (e por aí se vê o quanto o trabalho de Nolan interfere, orienta e oprime o filme de Snyder). Luthor vê um inimigo no Superman por quem nutre instantânea antipatia, e o filme se desdobra em suas maquinações, por meio das quais levará os dois heróis a um embate. Tudo o mais é enrolação. E Zack Snyder enrola que é uma beleza neste filme.
Dono de um estilo visual marcante, ele pontua cena após cena com uma narrativa caprichada, uma fotografia de primeira, e uma montagem minimalista, que não cansa em momento algum (ainda que, dentre todos os seus filmes, este é o que mais perto chegou de fazê-lo).
Disso sobram muitas coisas boas: O Batman de Ben Afleck é um acerto feliz, para silenciar os muitos que reclamaram sem parar pela sua escolha; mas, a presença mais empolgante e eletrizante é mesmo a de Gal Gadot como a Mulher Maravilha.
Mas também sobram algumas coisas ruins: O Superman de Henri Cavill, aqui mais do que no filme anterior é possível perceber, cai nas armadilhas da canastrice de seu intérprete em diversos momentos; e o roteiro de Chris Terio (vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por "Argo") se excede em alguns momentos, exagera nas minúcias, para em seguida, revelar-se raso nas motivações de muitos dos personagens.
Mas, tudo isso é retórica. Os fãs de quadrinhos que irão ao cinema assistir esse filme provavelmente vão relevar a maioria dos lapsos, e focar-se no que o filme entrega de melhor: Uma experiência visual e sensorial vibrante e promissora para o universo que busca estabelecer, prodiga nas cenas de ação, vasta em detalhes, e carregada de sinergia e emoção.
E nisso, Zack Snyder continua muito bom.

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