Dentre
os poucos casos de refilmagem que levam um sopro de novidade ao material
original, um que sempre apreciei muito foi “King Kong”. Está certo que, além do
longa seminal de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, lançado em 1933, há
também o remake feito em 1976 por John Guilhermin com uma estonteante Jessica
Lange e apinhado de duvidosos subterfúgios psicológicos que tinham a intenção
de atualizar a obra, e transpor seu contexto para aquele mundo dos anos 1970 de
então. Entretanto, até mesmo aquele trabalho (recheado de elementos
cinematográficos e sociais daquele período, todos passíveis de um belo estudo)
guarda momentos, senão memoráveis, pelos menos francamente interessantes.
Mas, na louvável refilmagem de Peter Jackson,
de 2005, não é só isso que acontece. Em tudo e por tudo, Jackson quer
compreender o longa de 1933, e preservar-lhe a época e a ambientação,
conferindo distinção em seu trabalho: O “King Kong” de Merian Cooper se passava
no mesmo ano em que a história transcorria, com suas imagens em preto e branco
e seus efeitos especiais pioneiros e jurássicos (mas, à época realmente
eficientes e impressionantes).
O “King Kong” de Peter
Jackson se passava igualmente em 1933, o que o obriga a assumir-se também como
filme de época. E as percepções que o filme de Jackson obtém a partir disso são
o grande diferencial da produção.
A trama, contudo, manteve-se intacta: A
aspirante a atriz Ann Darrow, um dos membros da expedição do cineasta Carl
Denhan à pré-histórica Ilha da Caveira desperta os instintos do mais poderoso
ser do lugar, o gorila gigante Kong, que a toma para si. Um grupo de resgate é
então montado pelo apaixonado Jack Driscol para salvá-la. No encalço de todos,
Kong ataca. Ao ser capturado, ele é levado à Nova York, onde será abatido por
aviões no topo do Empire State numa cena que é um dos momentos verdadeiramente
emblemáticos do cinema.
PS: Acho particularmente
linda a homenagem à "King Kong" feita em uma cena de "Regras da Vida", de Lasse Halstrom.
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