segunda-feira, 9 de maio de 2016

Wall - E

Pairam muitas questões sobre a trama de “Wall-E”, o quê só atesta a perspicácia de seu estúdio, a Pixar.
Através da história do robozinho que desenvolve a capacidade de colecionar (e de se apaixonar), a Pixar cria um inventário das emoções que nos definem, como o amor, a compaixão e a esperança.
Num cenário futurista, poeirento e de monocromática desolação, o planeta Terra foi emporcalhado (e depois abandonado) pela raça humana. Para trás, foram deixadas legiões de robôs que atuavam como compactadores de lixo. Passados setecentos anos, somente um deles restou, e seu nome é Wall-E.
Porém, em sua interminável solidão, Wall-E começou a perceber características desiguais em muitos achados que encontrava nos escombros. Achados que lhe interessavam. E assim, começou a colecioná-los. E para montar uma coleção, pensam os realizadores da Pixar, é necessário paixão e amor, com os quais se observa o valor contido no fascínio que uma bugiganga qualquer desperta.
Wall-E acha uma fita VHS do musical “Hello, Dolly!” e não lhe falta sensibilidade para perceber a beleza emotiva de suas cenas. O mesmo vale para a plantinha verde (e tão contrastante com o mundo arenoso à sua volta) que logo ele irá guardar, e que será o mote que o levará até ele a robozinha Eva.
E, como toca a todo ser provido de sentimento, Wall-E se apaixonará por ela, assim que vê-la.
É, portanto, o amor que norteará esses dois improváveis protagonistas, numa jornada que os levará ao espaço, onde encontrarão a humanidade refugiada em naves que só fazem conservar sua obesidade e seu sedentarismo.
Lá, quando o filme do diretor Andrew Stanton já tiver chegado à sua segunda metade, a Pixar revelará uma outra emoção à qual ela investe dedicação (inclusive em seus outros filmes): A esperança e a fé na raça humana.
A grande lição de “Wall-E”, provavelmente, está em seu final, quando Eva se vê obrigada a trocar quase todas as peças destruídas de Wall-E, incluindo sua placa-mãe, o quê em teoria, é como substituir toda a sua ‘cabeça’.
Para a Pixar, afinal, o que define aquilo que somos não está no cérebro... está no coração!

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