quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Matadores de Vampiras Lésbicas

Há filmes cujo conceito parece tão absurdo que é quase inacreditável que existam. Diante de casos muito extremos do cinema underground, a premissa deste filme até não é das mais malucas, embora ele seja sim, para expectadores de paladar mais convencional, um filme bastante absurdo. E talvez, seja exatamente essa a sua graça.
Dois desleixados amigos norte-americanos, um que acabou de levar um pé na bunda da namorada, o outro mais do que disposto a aproveitar isso para fazer muita farra, viajam até a Inglaterra, onde tropeçam desavisados numa secular maldição em curso: uma vampira poderosa e sanguinária adoradora de vaginas (!) está prestes à reencarnar e espalhar as trevas pelo mundo. De alguma forma. os dois são os únicos capazes de deter isso.
Aproveitando muita da estética ‘filme B proposital’ de "Planeta Terror" e "Zumbilândia" –uma tendência que se multiplicou em dezenas de filmes obscuros naqueles anos subsequentes –esta despretensiosa junção de terror e comédia se ampara em elementos presentes naqueles dois filmes para atender a única e singela intenção de divertir o expectador. Trás do primeiro uma aura meio trash e descompromissada, e sua estética de sangue e sensualidade; do segundo, uma comicidade deslavada em contraponto aos elementos habituais do terror.
Não escapa, evidentemente, de ocasionais rompantes de mau gosto, fruto da pouca habilidade (ou pouca experiência) de seus realizadores, mas é aquele tipo de filme que usa a própria mediocridade em seu favor: É óbvio demais falar mal dele e criticá-lo diante de sua escassez de recursos técnicos e artísticos, restando apenas contemplar a maneira como se posiciona, de modo fanfarrão, diante do gênero que quer parodiar ou homenagear.
O expectador tem, portanto, uma escolha: Ou detesta ele, ou diverte-se com ele.
A segunda opção normalmente proporciona mais satisfação.

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