sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O Mágico de Oz

1939 é tido como o mais extraordinário ano para a história do cinema norte-americano. Foi um período frutífero de onde surgiram alguns dos maiores clássicos de Hollywood: “E O Vento Levou”, “Gunga Din”, “Ninotchka” e “No Tempo das Diligências”, só para citar alguns exemplos. Entre eles, estava também “O Mágico de Oz”.
Embora dirigido por Victor Fleming –creditado também como diretor de “E O Vento Levou”, sendo responsável por uns sessenta por cento daquele material –este filme tem sua gênese criativa ligada diretamente à capacidade do produtor, Melvyn Le Roy, em orquestrar as inúmeras e complicadas facetas técnicas da produção. Sabe-se que não foi uma bilheteria expressiva em seu lançamento, não apenas por causa da enorme concorrência de outros grandes filmes, mas porque representou um orçamento caríssimo à época. À despeito desse detalhe, esta obra entra com pompa e circunstância na seleta lista dos filmes que conseguiram superar o teste do tempo.
Aborrecida com a vida bucólica em uma fazenda no Kansas, a jovem Dorothy (Judy Garland, perfeita no papel) deseja ir a um lugar mais animado, ao que é atendida quando um furacão a leva, junto de seu cãozinho Totó, para o mundo surpreendente e colorido de Oz –nota-se que pouca coisa neste trabalho envelheceu, quando mesmo a espirituosa manobra narrativa de iniciar o filme em preto & branco (ou, mais precisamente, em tom sépia), para só ganhar o esplendor do Technicolor  quando a protagonista chega na Terra de Oz, hoje ganha mais em charme do que em anacronismo.
Em Oz, a única forma de Dorothy retornar ao lar é requisitar o auxílio do poderoso e lendário mágico (Frank Morgan), que vive na Cidade Esmeralda ao fim da estrada de tijolos amarelos. Enquanto tenta chegar lá, ela arruma a companhia de um espantalho (o divertido Ray Bolger) desejoso de um cérebro, um homem de lata (Jack Haley) em busca de um coração, e um leão covarde (Bert Lahr) à procura de coragem, bem como também o antagonismo da rancorosa bruxa do oeste (a ótima Margaret Hamilton).
Clássico absoluto do cinema é um filme de inúmeros deslumbres e curiosidades, e não raros elementos de perversidade, ironia e sarcasmo subentendidos que o sustentam até hoje como uma das mais formidáveis influências para o gênero de fantasia.

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