Assistir um filme é
uma questão de circunstância. Melhor, GOSTAR (ou conforme o caso até ODIAR) é
uma questão de circunstância. Já me vi em situações em que detestei um filme que
todos amavam e diziam ser excelente (como "Além da Linha Vermelha" ou
"Dogville") ou acabei adorando um filme que todos diziam ser ruim
(como o sueco "Guerreiro Silencioso").
Talvez, esse não seja
o caso de "Jurassic World", já que o filme parece estar agradando a
muita gente -esta semana entrou para terceira posição entre as maiores
bilheterias de todos os tempos (!!!).
Mas, muitos amigos
meus disseram que era um filme ruim, que não gostaram, e que provavelmente, eu
não iria gostar. Assim, foi com a expectativa baixíssima -mais um sentimento de
adoração em relação ao original de Steven Spielberg -que eu fui ver o filme
numa de suas últimas sensações antes de sair de cartaz.
E, olha... ouso dizer
que até me diverti bastante!
Não é um filme
perfeito. Não é, nem por um decreto, o melhor blockbuster do ano (honra que por
enquanto parece estar sendo disputada apenas por "Mad Max-Estrada da
Fúria" e "Homem-Formiga"). E, certamente, não é melhor que o
"Jurassic Park", de Spielberg, que inacreditavelmente foi feito lá
atrás, em 1993, e permanece insuperável! E o próprio filme parece saber disso...
As suas referências
ao trabalho de Spielberg (aqui como produtor executivo) são inúmeras e até
emocionantes, como a aplicação sensata e nostálgica da bela trilha sonora de
John Willians, incrivelmente desperdiçada nas duas inferiores continuações; ou
a "participação especial" de pequenos objetos de cena, tais como a
camisa vintage de um dos funcionários, o capacete de visão noturna e o jipe
antigo que surge numa cena.
São detalhes
interessantes, mas que no fim não determinam se o filme é bom ou ruim. O que o
faz é o trabalho do diretor, e aqui Colin Trevorrow, se não é genial, ao menos,
faz tudo com bom senso: acrescenta ritmo à narrativa, enxuga, na medida do
possível, todas gorduras do roteiro, e utiliza muito bem a câmera para que a
generosa produção apareça esplendidamente na tela.
É um filme para ser
visto no cinema. Daqueles que, muito possivelmente, quando eu rever em DVD,
perceberei que não era tão empolgante assim.
Enfim,
como eu falei: Assistir filmes é uma questão de circunstância.
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