terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O Lobo de Wall Street

Aos 24 anos, Jordan Belfort tornou-se corretor da bolsa de valores de Wall Street logo após a queda das ações de 1989. Desempregado, ele recorreu às firmas de ações menores que especulavam com clientes de classe média baixa, até Jordan ter a inovadora ideia de fazer uso de sua lábia privilegiada para vender tais ações aos tubarões graúdos que negociavam diretamente com os grandes corretores. 
O resultado levou sua empresa de fachada, a Stratton Oakland, a tornar-se um sucesso e ele, um milionário, tudo através de meios ilícitos. Não tardou para que o assim chamado ‘lobo de Wall Street’ caísse na mira do FBI. 
Esta primorosa e anárquica recriação de Martin Scorsese do turbilhão de alcool, drogas e orgias que constitui a vida tumultuada do esteleonatário Jordan Belfort, foi muito influenciada por seu próprio trabalho no seminal "Os Bons Companheiros"; lá está a narrativa esperta, entrecortada por momentos imensamente espirituosos de seu diretor, nos quais ele lança mão de um sem fim de recursos (edição, trilha sonora, narração em off, e outros artifícios mais), para enredar o expectador numa trama que transformam as três horas de duração num breve e delicioso deleite. 
Afirmar (como muitos críticos afirmaram) que Scorsese está emulando a si mesmo, é uma postura no mínimo canhestra e rabugenta diante do filme maravilhoso que ele consegue entregar; notável mesmo é concluir o fôlego e a vitalidade que preserva este realizador de 71 anos, ao mostrar-se plenamente capaz de igualar êxitos artísticos que ele mesmo conseguiu urgir a mais de vinte e cinco anos atrás. 
Atenção para a fantástica atuação de Leonardo Dicaprio, certamente uma das melhores de sua carreira, e a beleza (e nudez) de Margot Robbie.

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