sexta-feira, 6 de maio de 2016

O Túmulo dos Vagalumes

Um dos filmes mais tristes que você jamais verá em toda sua vida. Ponto. Dito isso, o obra de Isao Takahata, apesar do sentimento doloroso que deixa no expectador (por dias, inclusive) é um trabalho de gênio obrigatório.
Sabemos desde o início que não será muito feliz o final da trajetória de Seita e Setsuko, um garotinho e sua irmãzinha, largados como órfãos pelas circunstâncias da guerra no Japão de 1945. Acompanharemos seus percalços impossibilitados de fazer qualquer coisa para ajudá-los. O filme nos transforma assim, em testemunhas, mudas e impotentes desses flagelos que vão se somando aos poucos: A morte da mãe; a mudança para a casa da tia, e o conseqüente abandono dessa mesma; a dura tentativa dessas duas crianças em viver sozinhos; as carências que se agravam, sobretudo, a fome, que compromete a saúde dos dois.
De partir o coração.
É bem provável que o elemento mais poderoso no que diz respeito à resposta emocional que este longa consegue arrancar do público, seja por conta da menininha Setsuko.
De longe, um dos mais bem sucedidos casos de recriar os trejeitos genuínos e cativantes de uma criança em uma animação, Setusko é, por assim dizer, perfeita.
Ela é tão perfeita (ou, talvez, até mais!) do quê a Boo de “Monstros S.A.” E, por isso mesmo, perdê-la, ao longo do filme é de um efeito devastador.
Uma rara animação que não se presta a ser um mero entretenimento artificial. O grande Isao Takahata, equiparando-se os grandes gênios desse ofício, como Hayao Miazaki e Katsuhiro Otomo, concebeu a mais marcante e inesquecível das experiências, num filme emotivo e emocionante, que fascina, entristece e faz pensar.

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