sábado, 17 de setembro de 2016

A Princesinha

Em meados da década de 1990, fui apresentado à toda a magia do mexicano Alfonso Cuarón por meio deste filme singelo, lúdico, recheado de pequenos pormenores, no qual ele conta a história da pequena e imaginativa Sarah (a encantadora Liesel Matthews) e suas desventuras imbuídas de um clima de Charles Dickens, quando ela é deixada, em meados da Segunda Guerra Mundial, por seu pai (Liam Cunningham) em um internato nova-iorquino só para meninas, para que ele possa contribuir na frente de batalha.
Ao ser dado como morto (na realidade, ele apenas perdeu a memória, mas isso não vem ao caso...), a menina perde seu direito à vaga que tinha na escola, e passa a ter de trabalhar para viver lá, o quê a torna uma empregada servil para as mesmas meninas que a idolatravam por sua prodigiosa capacidade de contar histórias envolventes e emocionantes.
Apesar dessas condições terríveis, e da opressora vilania da diretora do internato (Eleanor Brown), Sarah não se mostra disposta a desistir, nem a sucumbir perante as adversidades.
Assim, Cuarón constrói um filme que tem particularidades adultas, com técnica de gente grande, mas que guarda características fascinantes que chegam às crianças, como um elenco infantil hipnótico e uma paleta de cores –na qual prevalece um verde carregado de significado –que remete à um conto de fadas.
Uma pequena obra-prima de um realizador que entregaria muitas mais, nos anos por vir.

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