Lançado em meados de 1994 e 95, quando o gênero
de terror vivia uma reformulação comercial impulsionada pelo sucesso
adolescente "Pânico", de Wes Craven –conduzindo o gênero a um miasma
de produções juvenis que predominaram naquela década –este filme reflete a
fórmula seguida então, contando inclusive com a nada interessante Neve Campbell
e o apagado galã Skeet Ulrich, ambos protagonistas daquele filme.
Se “Pânico” se valia de alguma criatividade
para trabalhar uma metalinguagem auto-irônica sobre o tema dos slasher-movies,
“Jovens Bruxas” reveste o ocultismo de registros ancestrais com uma compulsiva
modernidade inerente às personagens colegiais que protagonizam sua premissa, em
especial, Sarah (Robin Tunney), uma jovem recém-instalada em Los Angeles que,
como toda recém-chegada, experimenta a sensação inicial de inadequação.
Qualquer drama humano que daí poderia sair se faz breve nessa primeira parte,
uma vez que ela logo faz amizade com um grupo de garotas desajustadas, junto
das quais não tarda em brincar com o que não se deve: Magia negra.
Em princípio, elas se beneficiam, eufóricas, de
seus novos, digamos, poderes.
Contudo, aos poucos elas começam a perder o
controle, revelando-se inconseqüentes e ameaçando a vida de outras pessoas.
Cabe a novata perceber que talvez seja ela quem deva colocar um freio nisso e
confrontar a líder de suas amigas, a impetuosa Nancy (em contraponto a insossa
protagonista Robin Tunney, a da vilãzinha Fairuza Balk ostenta uma forte
presença em cena).
Clichês bastante óbvios se sucedem neste filme
feito, como era de se imaginar, com todas as preocupações protocolares para não
exigir e não pressionar seu público-alvo, os adolescentes, que em geral se
irritam com tramas muito elaboradas.
“Jovens Bruxas” é assim um
exemplar de uma fase muito específica do cinema comercial norte-americano dos
anos 1990; não é bom o suficiente para constar numa lista de seus mais
representativos títulos, mas está longe de ser ruim o bastante para merecer o
esquecimento –até uma caprichada edição em DVD ele ganhou!
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