quinta-feira, 26 de abril de 2018

Vingadores - Guerra Infinita

A Marvel Studios tinha um plano. Ele começou, mais ou menos em 2012, quando o vilão Thanos fez sua primeira e breve aparição na cena pós-créditos de "Vingadores".
Imaginou-se, na época, que aquele seria o gancho para uma continuação (que veio três anos depois, “A Era de Ultron”), mas o plano da Marvel Studios –e de seu competente presidente, Kevin Feigi –revelou-se muito mais complexo e ambicioso: Com o tempo e os inúmeros filmes que vieram depois (que variavam entre o divertido e o excelente), a Marvel construiu todo um universo de personagens e narrativas compartilhadas no cinema, repetindo uma linguagem que predominava nos quadrinhos originais, cujas direções apontavam para um único desenlace; a chegada de Thanos e sua conseqüente reunião das seis jóias do infinito.
Quem leu os quadrinhos sabe do quê se trata. As Jóias do Infinito são poderosas gemas de poder cósmico que reunidas proporcionam a onipotência. São elas, a jóia do espaço (o Tesseract visto em “Capitão América-O Primeiro Vingador” e em “Vingadores), da realidade (o Aether, mostrado em “Thor-O Mundo Sombrio”), do poder (o Orbe revelado no primeiro “Guardiões da Galáxia”), da mente (a jóia que terminou constituindo parte do andróide Visão em “A Era de Ultron”), do tempo (o Olho de Agamoto, em “Doutor Estranho”) e da alma (jamais revelada até então, mas que ocupa uma parte essencial da trama neste filme).
Não é a toa, também que por meio deste filme, então, a Marvel Studios sinalize um desfecho para muitas das premissas que ela mesma iniciou nesses últimos dez anos.
Claro que ninguém é ingênuo de achar que eles deixarão de investir em seus filmes e em seus heróis, mas o trabalho dos Irmãos Russo (diretores primorosos de “Capitão América-Soldado Invernal” e “Capitão América-Guerra Civil”) é tão contundente e corajoso que o filme consegue passar uma amarga impressão oposta –independente do rumo que seja tomado em outros filmes vindouros (e, sim, eles virão) a sensação que “Guerra Infinita” nos passa é, de fato, a de um encerramento.
A medida que Thanos (numa trabalho brilhante de Josh Brolin em captura de performance) vai tentando reunir as seis jóias, a história se reveza em três eletrizantes linhas narrativas: Na primeira (e que já havia sido devidamente esboçada no final de “Thor-Ragnarok”) acompanhamos o Deus do Trovão que, destituído de seu martelo, sua nave e seu povo, encontra os Guardiões da Galáxia –ao lado dos quais tentará obter um novo martelo para ter uma chance de se equiparar a Thanos na batalha final. Na segunda linha, vemos Tony Stark, o Homem de Ferro, unir-se ao mago Doutor Estranho e ao jovem Homem-Aranha para ainda no espaço sideral tentar deter a ameaça de Thanos. Na terceira linha, somos testemunhas dos esforços do Capitão América e seu grupo, Viúva Negra. Falcão, Feiticeira Escarlate e Visão, aliados ao Pantera Negra para tentar impedir uma invasão alienígena à Terra, na preparação para uma das mais espetaculares e gigantescas batalhas que o cinema já viu.
Três linhas narrativas. E nas três, a Marvel cuidou para que os protagonistas de cada um dos núcleos fossem os membros de sua Trindade Principal: Homem de Ferro, Capitão América e Thor que, vividos respectivamente por Robert Downey Jr., Chris Evans e Chris Hemsworth, são assim as mais perfeitas traduções cinematográficas desses personagens.
É a Thanos, contudo, que “Guerra Infinita” de fato pertence.
Indo de encontro a uma das críticas mais contumazes de seus filmes (de que seus vilões são genéricos), a Marvel Studios faz de Thanos o grande protagonista de seu filme –e isso significa que suas motivações são esboçadas com um brilho e um zelo que ultrapassa o registro dos quadrinhos.
Significa outra coisa também: Não há nenhum personagem mais implacável que Thanos, e em seu propósito não entram as predileções do público –um dos assuntos mais discutidos pelos expectadores antes da estréia era quem morre ou não em “Guerra Infinita”, e dá pra dizer (sem entregar surpresas) que os Irmãos Russos foram inclementes: personagens absolutamente queridos e inesperados (e num número muito maior do que se pode supor) ganham um fim trágico em inúmeros momentos deste filme, o quê torna seu encerramento –o primeiro da Marvel a ter um aspecto de ‘final’ de fato –um tanto amargo.
Uma junção habilidosa e singular entre o escopo narrativo de “OSenhor dos Anéis-O Retorno do Rei” e o impacto emocional de “StarWars-O Império Contra-Ataca”.

Um comentário:

  1. Eu achei um muito bom filme de super herois. Pessoalmente achei bom o papel de Peter Dinklage. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Também vou gostar muito sua atuação no filme Meu Jantar com Hervé. Sempre cuida todos os detalhes e como resultado faz grandes produções e bons filmes. Eu li que é também um dos melhores filmes com Jamie Dornan. Vai ser incrível. Cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção. A verdade recomendo.

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