Em sua estréia num longa-metragem de ficção a
premiada documentarista Bárbara Kopple fez um notável e dramático estudo de
comportamento no qual procurou honrar a idéia de uma amiga: A argumentista
original, Jessica Kaplan (a quem o filme é dedicado) faleceu enquanto o projeto
ainda se achava em pré-produção.
Dessa forma, o roteiro acabou ganhando um
polimento luxuoso. Stephen Gaghan, o premiado roteirista de “Traffic”, deu
continuidade à concretização da trama e dos personagens a partir do esboço
inicial e da intenção de Kaplan, e o resultado desse esforço é insidioso e em
alguns momentos excessivamente indulgente para com os jovens da geração que
retrata. Não falta neles –como fica especialmente patente na protagonista
vivida por Anne Hathaway –inteligência, esclarecimento e auto-consciência das
mazelas do mundo e seu papel na sociedade.
Nada disso impede, contudo, que essa jovem
experimente uma espécie de vazio existencial, que em argumentos propensos ao
drama, costuma sempre ser o gatilho para o questionamento.
Como suas amigas, ela é uma garota da
classe-alta, moradora do bairro chique de Palisades, em Los Angeles. E como
elas, busca no despojamento uma atitude que a faça existencialmente confortável
com sua condição.
No entanto, ao que tudo indica isso não basta.
Na busca por algo que tire o tédio de sua
rotina, ela e sua melhor amiga (Bijou Phillips) acabam se envolvendo com
rapazes pobres da periferia latina, que têm de traficar droga para obter
dinheiro. A proximidade do perigo as excita, mas evidentemente ameaça suas
vidas. Logo, elas envolverão amigos, amigas, pais e namorados, num conflito
inevitável.
Apesar dos predicados, este filme é lembrado
como o filme em que Anne Hathaway (de "O Diário da Princesa") parece
pela primeira vez nua.
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