segunda-feira, 9 de julho de 2018

Garotas Sem Rumo


Em sua estréia num longa-metragem de ficção a premiada documentarista Bárbara Kopple fez um notável e dramático estudo de comportamento no qual procurou honrar a idéia de uma amiga: A argumentista original, Jessica Kaplan (a quem o filme é dedicado) faleceu enquanto o projeto ainda se achava em pré-produção.
Dessa forma, o roteiro acabou ganhando um polimento luxuoso. Stephen Gaghan, o premiado roteirista de “Traffic”, deu continuidade à concretização da trama e dos personagens a partir do esboço inicial e da intenção de Kaplan, e o resultado desse esforço é insidioso e em alguns momentos excessivamente indulgente para com os jovens da geração que retrata. Não falta neles –como fica especialmente patente na protagonista vivida por Anne Hathaway –inteligência, esclarecimento e auto-consciência das mazelas do mundo e seu papel na sociedade.
Nada disso impede, contudo, que essa jovem experimente uma espécie de vazio existencial, que em argumentos propensos ao drama, costuma sempre ser o gatilho para o questionamento.
Como suas amigas, ela é uma garota da classe-alta, moradora do bairro chique de Palisades, em Los Angeles. E como elas, busca no despojamento uma atitude que a faça existencialmente confortável com sua condição.
No entanto, ao que tudo indica isso não basta.
Na busca por algo que tire o tédio de sua rotina, ela e sua melhor amiga (Bijou Phillips) acabam se envolvendo com rapazes pobres da periferia latina, que têm de traficar droga para obter dinheiro. A proximidade do perigo as excita, mas evidentemente ameaça suas vidas. Logo, elas envolverão amigos, amigas, pais e namorados, num conflito inevitável.
Apesar dos predicados, este filme é lembrado como o filme em que Anne Hathaway (de "O Diário da Princesa") parece pela primeira vez nua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário