quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Quadrilha de Sádicos


Como muitos realizadores dos anos 1970, Wes Craven direcionou suas obras –oriundas do gênero que lhe era mais caro, o terror –para as características naturalistas de um cinema feito com crueza e câmera na mão.
Seu grande trabalho dessa fase é considerado “Quadrilha de Sádicos” que, a despeito da mescla indigesta de humor negro cortante e terror sangrento, e da narrativa sufocante, é um apanhado de muitas observações do período.
A primeira delas diz respeito à preocupação com a tragédia nuclear, tão em voga naqueles tempos de Guerra Fria e políticas de desarmamento: Toda a trama se ambienta numa área de testes da Força Aérea Americana onde –supõe-se –a radioatividade originou as mutações em uma família de canibais homicidas que lá vive.
Uma outra família, desta vez normal –e formada por aqueles personagens que insistem, no gênero terror, em fazer aquelas imbecilidades óbvias que irão deflagrar seu sofrimento –cruza o mesmo deserto, e se tornam o alvo desses estranhos montanheses mutantes.
Wes Craven não precisa de uma premissa mais detalhada que essa para moldar, a partir daí, um filme angustiante e violento.
Certamente uma das grandes influências para o estilo e a abordagem com os quais Tobe Hooper compôs, anos depois, seu visceral e transgressor “O Massacre da Serra Elétrica”.

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