A imagem do astro John Wayne é sempre associada
aos cowboys e ao gênero faroeste, entretanto, vez ou outra, é possível vê-lo em
produções diferentes.
Em “Geleiras do Inferno”, ele é o piloto e
capitão Dooley, oficial comandante de uma aeronave durante a Segunda Guerra
Mundial cujos infortúnios já se veem registrados no princípio do filme: Numa
incursão ao norte da Groenlândia, o avião de Dooley, contendo exatos outros
quatro tripulantes, perde-se numa região extensa e inexplorada da Costa de Labrador.
Tão longínquo é o lugar que o combustível da
aeronave acaba antes que cheguem a reencontrar a rota, forçando Dooley a
aterrissar o avião num lago vislumbrado em meio às árvores que cortam a
paisagem branca.
Uma vez em terra, Dooley precisa contar com o
que resta de energia no rádio para enviar o máximo de mensagens possíveis a fim
de determinar sua localização para as equipes de busca.
Figura admirada entre os aviadores (o tipo de
perfil escolhido a dedo para John Wayne interpretar), Dooley desperta a solidariedade
de várias equipes corajosas e dispostas quando a notícia de seu paradeiro chega
à base aérea –e o grupo de atores que interpretam os muitos integrantes dessas
equipes de busca é formado por uma infinidade de atores famosos, veteranos e
iniciantes da época (muitos deles pouco conhecidos para os expectadores de hoje,
como Lloyd Nolan, James Armess, Andy Devine, Allyn Joslyn, Harry Carey Jr., Hal
Baylor e outros) –praticamente todos arregimentados graças à amizade e
influência de Wayne que, à propósito atua aqui também como produtor.
“Geleiras do Inferno” surgiu a partir das
experiências reais vividas pelo roteirista Ernest . Gann, que trabalhou como
aviador durante a guerra e cujas obras literárias, mais tarde, passaram a
refletir sua paixão pela aviação; “Geleiras do Inferno” é baseado num romance
seu.
Dirigido por William A. Wellmann, o filme traz
uma equipe técnica que praticamente se repetiu em peso, um ano depois, 1954,
para realizar outro grande filme, também com o astro Wayne e envolvendo aviões,
“Um Fio de Esperança” –isso fez com que “Geleiras do Inferno” ficasse relegado
a um segundo plano na filmografia de seus realizadores e também na memória do
público.
É uma trama bastante
sucinta e transparente sobre tenacidade e sobrevivência, com aspectos técnicos
muito eficazes, capazes de moldar cenas que continuam convincentes até os dias
de hoje. A história de persistência e coragem que envolve seus protagonistas é
despida de qualquer cinismo ou acidez, e seu foco está na camaradagem dos
homens resolutos e obstinados,
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