Certos ótimos filmes são, por alguma razão,
completamente desconhecidos do público.
Não são clássicos, não foram sucessos
de bilheteria e, apesar de serem sensacionais, foram esquecidos em algum
momento.
São tesouros escondidos. São os chamados cult-movies.
Um dos filmes mais legais que eu já vi foi “Atração
Mortal”, ou “Heathers”, no título original. Nunca conversei com alguém que o
tivesse assistido (embora ele deva ter seus fãs em algum lugar), mas trata-se
de um trabalho fantástico, inteligente, sarcástico, irreverente, cheio de
notáveis observações sobre a sociedade americana em particular e o universo
estudantil em geral.
Na trama, acompanhamos a jornada de uma
adolescente (a sumida Winona Ryder, belíssima naquele que deve ser seu melhor
papel) cujo romance com um verdadeiro bad boy –pra não dizer psicopata! –(Christian
Slatter, na época bastante louvado por sua estréia em “O Nome da Rosa”) acaba
criando uma série de situações nas quais os alunos mais populares do colégio
terminam mortos (!).
Ao tentar encobrir os crimes, o casal forja cartas de suicídio
para conseguir se livrar, mas o fato de serem alunos populares faz com que os
demais alunos da escola os imitem, e uma série de suicídios tem início (!!).
É com crueldade e deboche, porém com poderosa perspicácia,
que o diretor Michael Lehmann relata esses acontecimentos, plenamente surreais
e alegóricos (a equipe técnica em peso é a mesma dos filmes de Tim Burton,
daquele período), mas incontornavelmente imbuídos de reflexão e sinceridade.
“Atração Mortal” é inédito em DVD no Brasil
-até onde eu sei -e mesmo na longínqua era do VHS, era pouco conhecido, mas é
uma preciosidade que merece ser descoberta.
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