segunda-feira, 11 de julho de 2016

A Saga Harry Potter - Segunda Parte


Harry Potter e O Prisioneiro de Azkaban
   A saída de Chris Columbus exigiu evidentes mudanças na saga, e a primeira delas foi um intervalo de tempo maior entre o segundo e este novo filme; provavelmente para uma melhor aclimatação no novo diretor, o talentoso Alfonso Cuarón (então conhecido por duas pérolas, os ótimos “A Princesinha” e “E Sua Mãe Também”).
   Essa notícia deixou os fãs da série eufóricos. Não foi à toa: Empregando seu talento desigual, seu lirismo e seu estilo infinitamente mais hábil do que o genérico Columbus, Cuáron concebeu o melhor filme da série.
   A evolução, não apenas no crescimento natural do elenco infantil, ficou evidente neste filme que agregava valores cinematográficos à narrativa, aprimorando os eventos relatados e levando Harry Potter, bem como seu fiel público, à outros e inesperados níveis. À sua maneira, Cuáron capturou em filme a essência do fascínio despertado pelos livros.
   Prestes a iniciar seu terceiro ano em Hogwarts, Harry Potter descobre que está ameaçado: O perigoso Sirius Black (o fantástico Gary Oldman), acusado de traição, e considerado um dos responsáveis pelos eventos que levaram os pais de Harry à morte, escapou da prisão de Askaban (uma espécie de penitenciária para bruxos), onde estivera nos últimos 13 anos. Assim sendo, a escola de Hogwarts passa a ser vigiada pelos perigosos Dementadores (guardas fantasmagóricos que roubam a energia dos vivos). Além disso, Harry tem que descobrir por que tem visões de um cão sinistro, por qual razão os Dementadores o afetam tanto, e quais são os segredos de seu novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas: O misterioso, ainda que amigável, Remo Lupin (David Thewlis, um dos muitos e magistrais atores britânicos a integrar o elenco dos filmes).
   Este terceiro filme também marcou a entrada do grande Michael Gambon no elenco, substituindo o magnífico Richard Harris no papel de Dumbledore (que infelizmente veio a falecer logo após as filmagens do filme anterior).


Harry Potter e O Cálice de Fogo
   No filme anterior, Alfonso Cuaron havia estabelecido um patamar de qualidade técnica e artística muito maior que as duas obras inaugurais. Como o talentoso mexicano não aceitou voltar para a direção do quarto filme (que adaptaria o que alguns fãs consideram o melhor livro), os produtores recorreram a uma escolha ao mesmo tempo audaciosa e refinada: Mike Newell, realizador inglês do indicado ao Oscar “Quatro Casamentos e Um Funeral”.
   O humor britânico de Newell, aliado à sua ampla experiência como artesão cinematográfico, foram muito apropriados para este quarto filme, igualando assim o deleite do ótimo produto anterior.
   Na trama esboçada aqui, Harry inicia seu quarto ano na escola após as reviravoltas do ano anterior. Há uma euforia geral do ar em função de um torneio tribruxo envolvendo outras três escolas de magia e bruxaria de outros cantos do mundo. Misteriosamente, o onipotente cálice de fogo seleciona Harry Potter para representar Hogwarts durante o árduo torneio. Mas nada é o que parece ser, e Harry verá que o perigo está muito mais próximo do que todos supõem, na forma do eminente retorno daquele que todos temem: Lorde Voldemort.
  Várias coisas notáveis se sucedem neste capítulo: A primeira morte realmente brutal de um personagem (no caso, Cedrico Digori, interpretado por Robert Pattinson, que viria a se tornar astro com a infame série “Crepúsculo”), ressaltando o tom cada vez mais sombrio e amadurecido da história, e a introdução de inúmeros personagens importantes para o futuro da saga, sobretudo a assustadora e admirável inclusão de Ralph Fiennes, como Voldemort (o quê o coloca, talvez, como o segundo melhor intérprete de toda a saga, atrás somente do fenomenal Alan Rickman como Severo Snape), além da chegada de elementos que deixam, em definitivo, a infância dos personagens para trás, como as primeiras experiências amorosas.

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