Harry Potter e O
Prisioneiro de Azkaban
A saída de Chris Columbus exigiu evidentes
mudanças na saga, e a primeira delas foi um intervalo de tempo maior entre o
segundo e este novo filme; provavelmente para uma melhor aclimatação no novo
diretor, o talentoso Alfonso Cuarón (então conhecido por duas pérolas, os
ótimos “A Princesinha” e “E Sua Mãe Também”).
Essa notícia deixou os fãs da série eufóricos.
Não foi à toa: Empregando seu talento desigual, seu lirismo e seu estilo
infinitamente mais hábil do que o genérico Columbus, Cuáron concebeu o melhor
filme da série.
A evolução, não apenas no crescimento natural
do elenco infantil, ficou evidente neste filme que agregava valores
cinematográficos à narrativa, aprimorando os eventos relatados e levando Harry
Potter, bem como seu fiel público, à outros e inesperados níveis. À sua
maneira, Cuáron capturou em filme a essência do fascínio despertado pelos
livros.
Prestes a iniciar seu terceiro ano em Hogwarts,
Harry Potter descobre que está ameaçado: O perigoso Sirius Black (o fantástico
Gary Oldman), acusado de traição, e considerado um dos responsáveis pelos
eventos que levaram os pais de Harry à morte, escapou da prisão de Askaban (uma
espécie de penitenciária para bruxos), onde estivera nos últimos 13 anos. Assim
sendo, a escola de Hogwarts passa a ser vigiada pelos perigosos Dementadores (guardas
fantasmagóricos que roubam a energia dos vivos). Além disso, Harry tem que
descobrir por que tem visões de um cão sinistro, por qual razão os Dementadores
o afetam tanto, e quais são os segredos de seu novo professor de Defesa Contra
as Artes das Trevas: O misterioso, ainda que amigável, Remo Lupin (David
Thewlis, um dos muitos e magistrais atores britânicos a integrar o elenco dos
filmes).
Este terceiro filme também marcou a entrada do
grande Michael Gambon no elenco, substituindo o magnífico Richard Harris no
papel de Dumbledore (que infelizmente veio a falecer logo após as filmagens do
filme anterior).
Harry Potter e O
Cálice de Fogo
No filme anterior, Alfonso Cuaron havia
estabelecido um patamar de qualidade técnica e artística muito maior que as duas
obras inaugurais. Como o talentoso mexicano não aceitou voltar para a direção
do quarto filme (que adaptaria o que alguns fãs consideram o melhor livro), os
produtores recorreram a uma escolha ao mesmo tempo audaciosa e refinada: Mike
Newell, realizador inglês do indicado ao Oscar “Quatro Casamentos e Um
Funeral”.
O humor britânico de Newell, aliado à sua ampla
experiência como artesão cinematográfico, foram muito apropriados para este
quarto filme, igualando assim o deleite do ótimo produto anterior.
Na trama esboçada aqui, Harry inicia seu quarto
ano na escola após as reviravoltas do ano anterior. Há uma euforia geral do ar
em função de um torneio tribruxo envolvendo outras três escolas de magia e
bruxaria de outros cantos do mundo. Misteriosamente, o onipotente cálice de
fogo seleciona Harry Potter para representar Hogwarts durante o árduo torneio.
Mas nada é o que parece ser, e Harry verá que o perigo está muito mais próximo
do que todos supõem, na forma do eminente retorno daquele que todos temem: Lorde
Voldemort.
Várias coisas notáveis se
sucedem neste capítulo: A primeira morte realmente brutal de um personagem (no
caso, Cedrico Digori, interpretado por Robert Pattinson, que viria a se tornar
astro com a infame série “Crepúsculo”), ressaltando o tom cada vez mais sombrio
e amadurecido da história, e a introdução de inúmeros personagens importantes
para o futuro da saga, sobretudo a assustadora e admirável inclusão de Ralph
Fiennes, como Voldemort (o quê o coloca, talvez, como o segundo melhor intérprete
de toda a saga, atrás somente do fenomenal Alan Rickman como Severo Snape),
além da chegada de elementos que deixam, em definitivo, a infância dos
personagens para trás, como as primeiras experiências amorosas.
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