Mesmo que contando com a produção do próprio
Sam Raimi, não deixa de ser um risco a ideia de refilmar um trabalho tão
incomum e singular –e de uma relevância própria conquistada pela época e pelas
condições em que surgiu no cinema –quanto “Evil Dead”.
Todavia, o diretor Fede Alvarez –apadrinhado
por Sam Raimi depois que ele ficou fascinado por seu curta-metragem “Ataque de
Pânico” –até que realizou, dentro do possível, uma obra digna e obediente às
características estilosas que definem o “Evil Dead” original e, a partir delas,
munida de elementos bem administrados na intenção de meramente fazer um bom
filme.
Ele ainda aproveitou as brechas no argumento
para inserir observações espirituosas que dizem muito sobre os paradigmas do
gênero: Reunidos para uma tentativa de desintoxicação do vício de drogas de uma
deles, cinco jovens refugiam-se numa cabana completamente isolada no meio do
mato –sendo que nem no original nem em sua seqüência (de cuja trama o roteiro
deste remake também aproveita algumas soluções) não havia qualquer
justificativa para tanto.
Por acaso, eles encontram um livro misterioso e
acabam liberando uma série de demônios que inicialmente possuem a jovem viciada
Ash (a bonitinha e expressiva Jane Levy, assumindo uma versão feminina do
personagem tornado icônico por Bruce Campbell).
Como todo o personagem inserido numa trama de
terror, os seus amigos insistem em não acreditar no pior e por conta disso,
interpretam os rompantes ocasionados pela possessão como uma crise de
abstinência (!). Todavia, os espíritos malignos não param por aí e fazem da
permanência de todos eles lá, o maior dos pesadelos.
Com ares de homenagem ao filme
cult que revelou Sam Raimi, este remake, ao contrário do filme no qual se inspira
(uma produção notadamente de baixo orçamento) goza de um caprichado aparato de
recursos técnicos o quê transforma suas cenas num festival de horror gore,
entretanto, embora divertido e bem realizado, seu impacto não chega perto da
originalidade do “Evil Dead” de 1981.
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