segunda-feira, 30 de julho de 2018

Missão Impossível - Efeito Fallout


Houve um tempo em que “Missão Impossível” era associado a uma conhecida série de TV. Esse tempo se acabou.
Desde 1999, o conceito da série –assim, como elementos que a tornavam clássica, como a icônica trilha sonora de Lalo Schifrin –migrou para o cinema e, se no início a sombra do programa televisivo oprimia um pouco do resultado, pelo menos os últimos quatro longa-metragens se desvencilharam completamente dessas amarras.
“Missão Impossível” é, agora e para toda uma nova geração de expectadores, cinema.
E essa convicção se ampara no protagonista Ethan Hunt –sintomaticamente um personagem feito especialmente para cinema –interpretado pelo produtor de cada um dos filmes, Tom Cruise.
Ele quem fez da série algo seu; tornou seu nome, hoje, indivisível do título “Missão Impossível” e transformou Ethan Hunt, filme a filme, num dos grandes agentes secretos do cinema ombreando James Bond e Jason Bourne.
Como ele o fez?
Conferindo qualidade indiscutível ao material.
O filme anterior, “Missão Impossível-NaçãoSecreta” já havia sido agraciado como o melhor da franquia até então graças ao roteiro meticuloso e à direção refinada de Christopher McQuarrie, e como produtor, Cruise garantiu que esse talento se mantivesse neste novo “Efeito Fallout” –a primeira vez, portanto, em que um diretor assume dois filmes na franquia.
Tudo começa com a habitual incumbência de uma missão “Sua missão, caso aceite, será...”, culminando no clássico “esta mensagem se auto-destruirá em cinco segundos”.
Basicamente, Hunt deve adquirir três cargas de urânio antes que um grupo terrorista denominado “Os Apóstolos” o façam. Durante a negociação, porém, seus inimigos se revelam mais ladinos que o esperado e Hunt, ao optar por salvar a vida do amigo Luther (Ving Rhames) coloca o sucesso da missão em risco, o tal do “efeito fallout”.
Quando o filme se inicia de fato, Hunt tem a própria CIA em seu pescoço, acompanhando cada passo que sua equipe dá a fim de remediar o ocorrido –e o representante da CIA para tal tarefa vem a ser o beligerante e nada sutil August Walker (Henry Cavill, o único membro falho do elenco), um assassino nato com toda propensão para deixar os colegas de lado que Hunt não tem. Eles devem estabelecer um contato com a vendedora de armas conhecida como Viúva Branca (Vanessa Kirby, um charme só), ao mesmo tempo em que simulam a identidade do negociador que pode estar por trás de tudo, o misterioso agente duplo John Lark –cuja identidade é a única reviravolta fácil de prever do filme.
Todas as complicações levam à libertação do perigoso e psicótico Solomon Lane (Sean Harris, o notável vilão derrotado e capturado em “Nação Secreta”), e com isso, entra em cena mais uma vez a maravilhosa Agente Ilsa (Rebecca Ferguson, tão sensacional e surpreendente quanto no filme anterior), cujo MI-6 (o Serviço Secreto Inglês), para quem trabalha, lhe cobra uma prova de lealdade matando Lane –o quê a coloca, desta vez, em rota de colisão com Hunt e sua equipe.
Avançando por caminhos sempre intrincados, este magistral filme de espionagem não nega o fato de seu realizador ter sido premiado pelo rocambolesco “Os Suspeitos”: McQuarrie tece uma trama brilhante e bem amarrada onde cada índole, cada decisão humana e tática, cada pormenor conduz a uma guinada em seus acontecimentos, enfileirando, como conseqüência disso, uma cena de ação atrás da outra; todas concebidas com um entusiasmo e um rigor que imediatamente eleva “Efeito Fallout” ao status de Melhor Filme de Ação do Ano: O salto arrepiante de um avião em grande altitude (proeza executada de fato pelo astro Tom Cruise); a luta brutal dentro de um banheiro público; uma perseguição pelas ruas de Paris; uma outra perseguição (desta vez, a pé) pelos telhados de Londres; e uma assombrosa seqüência final envolvendo helicópteros –em todas elas, fica evidente a entrega absurdamente audaz de Tom Cruise.
Assim, como cinema, “Missão Impossível” chega neste sexto e magnífico filme, também ele, ostentando suas próprias características das quais se faz indivisível (o personagem de Cruise, ação desenfreada, trama intrincada, ameaças mirabolantes, produção requintada, a trilha sonora inconfundível).
Em “Efeito Fallout”, o diretor e roteirista McQuarrie, contudo, se dá o luxo de inserir um novo elemento: O dilema moral que acomete mesmo o mais implacável dos agentes quando cada ínfima decisão que toma pode levar ao salvamento (ou à perda) de milhões de vidas.

Um comentário:

  1. Missão Impossível é, sem nenhuma dúvida, uma das franquias mais famosas da sétima arte e que teve sua sequencia iniciada em 1996 na direção de Brian de Palma. Amo a Henry Cavill é de admirar o profissionalismo deste ator, trabalha muito para se entregar em cada atuação o melhor, sempre supera seus papeis anteriores, o demonstrou no filme de ação Liga da Justiça, um filme que se converteu em um dos meus preferidos. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, eu recomendo muito!

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