domingo, 16 de agosto de 2015

Missão Impossível - Nação Secreta

É ótimo poder ver um filme muito bom no cinema depois de uma desgraça completa como esse novo "Quarteto Fantástico". Talvez, seja empolgação do momento (embora isto não costume me acontecer muito) mas este último "Missão Impossível" é excelente, um dos melhores da série e, possivelmente, um dos melhores do ano, também.
A série começou irregular, lá em 1998, adaptando um seriado de TV famoso, com Tom Cruise em sua estréia como produtor. O primeiro filme, dirigido por Brian De Palma, fez sucesso, mas não foi um produto perfeito. Notícias a respeito de desentendimentos no set foram muito divulgadas, e a história parece ter sido refeita e repensada várias vezes. Talvez tenha sido isso que tenha levado a uma mudança de tom no segundo filme, dirigido desta vez por John Woo, com todo o seu gabarito de cenas de ação em câmera lenta.
O resultado foi morno, e eu considero, de longe o mais fraco de todos.
Uma nova mudança de direção trouxe J.J. Abrahams ao comando do terceiro filme, onde, enfim, tudo começou a funcionar. A franquia encontrou um estilo, uma personalidade. Ironicamente, igualando-se a muitas das características já presentes na série de TV, da qual a versão de cinema parecia querer uma certa distância.
Seguido pelo bem-sucedido terceiro filme, veio o melhor de todos até então, o maravilhoso "Missão Impossível - Protocolo Fantasma", dirigido por Brad Bird (de "Os Incríveis" e "Ratatouille" estreando na direção de live actions), que conseguiu, com originalidade e qualidade dar um novo fôlego à série.
E dar novo fôlego à "Missão Impossível" parece estar se tornando a especialidade de Tom Cruise ao assistirmos esse "Nação Secreta".
Dirigido desta vez pelo austero e habilidoso Christopher McQuarie (que já trabalhou com Tom Cruise em "Jack Reacher - O Último Tiro"), este novo filme trás mais realismo que os anteriores, embora não lhe faltem sequências de ação que beiram o mirabolante. O que mais surpreende, porém, a exemplo do belo trabalho do filme anterior, é o ótimo cuidado com o roteiro. Todas as surpresas, reviravoltas e manobras da trama têm aquele ritmo e atmosfera dos melhores e mais instigantes filmes de espionagem.
Em "Nação Secreta", Ethan Hunt (Cruise) se vê prestes a descobrir o mistério por trás de um certo Sindicato, uma organização terrorista que agiu nas sombras nos últimos anos, e da qual muitos sequer duvidam da existência. Isso acontece num momento complicado para a agência IMF, quando a própria CIA resolve dissolver o departamento, deixando Hunt meio que sozinho em campo.
Um de seus poucos aliados acaba sendo Ilza, uma agente do Sindicato que revela ter intenções dúbias e parece jogar para os dois lados. Ilza, diga-se de passagem, é uma personagem sensacional. Ambígua e enigmática, daquelas que, até uma boa parte do filme, não sabemos se está do lado do herói ou contra ele, inicialmente Tom Cruise queria Jessica Chastain para o papel (e dá para imaginar o quão fantástico seria se ela tivesse topado fazer!) em seu lugar entrou a pouco conhecida Rebbeca Fergunson que faz um trabalho muito bom.
Completam a "equipe" de Ethan Hunt, por assim dizer, o hacker Benji (Simon Pegg), o amigo Luther (Ving Rhames, o único além de Tom Cruise a ter participado de todos os filmes!), e o agente Brandt (Jeremy Renner).
"Missão Impossível -Nação Secreta" é aquele tipo de filme que dá gosto ver no cinema. Bem conduzido, bem escrito, bem produzido e bem interpretado, feito com a dose certa de ação, humor e intriga, ele acaba tornando-se ainda mais precioso numa época em que o cinema tem tão poucos exemplares de qualidade a oferecer.

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