Uma daquelas animações que, apesar das
aparências, é absolutamente contraindicada para crianças, o longa animado
alemão “Felidae” tem como protagonistas, gatos domésticos que se esquivam entre
os humanos e seu mundo, para vivenciarem suas próprias histórias, muitas vezes,
refletidas em gêneros cinematográficos bastante humanos.
Com isso, “Felidae” é um filme de detetives com
todos os expedientes do film noir, e ainda um inusitado acréscimo com dosagens
inesperadamente excessivas de sexo, sangue, mutilação e motivações doentias.
Recém-chegado a uma nova vizinhança junto de
seu dono humano, relapso e porcalhão, o gato Francis descobre que, por lá,
naqueles becos e apartamentos aparentemente banais, muitos gatos têm sido
mortos –o que levou os bichanos das redondezas ainda vivos a buscar refúgio na
segurança dos lares de seus donos. Entretanto, nem isso parece garantir que
todos sobrevivam.
Com seus instintos detetivescos despertados,
Francis dedica suas noites a uma investigação que o leva a descobrir uma
espécie de culto composto por gatos fanáticos e uma rede de intrigantes
mistérios que remetem a experiências com animais (incluindo a tentativa de
criar uma raça superior) e referências ao Holocausto.
Por suas características um tanto peculiares,
“Felidae” é uma das obras que melhor compreende a definição de cult: Seu
conteúdo inesperadamente violento, sombrio e sexual o tornou desfavorável para
uma vida longa no circuito comercial e, já na década de 1990 quando foi
lançado, ele caiu na obscuridade. Entretanto, ele adquiriu seus apreciadores
que ao revê-lo, indica-lo e recomendá-lo nas décadas seguintes mantiveram-no
relativamente intacto na memória cinéfila –contudo, os cultuadores de “Felidae”
são, também eles, tão raros e alternativos que a animação segue como uma dessas
lendas urbanas das quais mais se fala do que realmente se sabe.
Embora não seja tão difícil
acha-lo na internet há pouquíssimos que de fato o conhecem.
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