sexta-feira, 12 de abril de 2019

Fresh

Lançado alguns anos após “Os Donos da Rua”, este trabalho de estréia do diretor e roteirista Boaz Yakin (que depois realizaria “Duelo de Titãs”, com Denzel Washington) aproveita a mesma vertente então inovadora para falar sobre as mazelas enfrentadas pelos moradores de subúrbios específicos norte-americanos.
Vivido com brilho enternecedor e silêncios expressivos pelo jovem Sean Nelson, o personagem-título é um morador do Brooklyn, em Nova York, onde as alternativas de vida de um garoto da idade dele não são das mais auspiciosas.
Fresh, contudo, se vale de sua vivacidade e criatividade para desvencilhar-se da sordidez da melhor forma que pode. Ele não deixa de prestar o auxílio quase obrigatório de todos os meninos de sua idade aos traficantes locais (o mais emblemático deles vivido por Giancarlo Esposito, de “Maze Runner”), mas procura frequentar com regularidade a escola e encontrar tempo para encontrar às escondidas o próprio pai, vivido por Samuel L. Jackson.
Alcoólatra cujo vício destruiu a própria vida, o pai de Fresh vive como mendigo embora seja um gênio do xadrez –é ele quem orienta Fresh o tempo todo na sua busca por uma vida melhor.
Dividindo-se em tantas situações, Fresh experimenta cobrança de todos os lados –traficantes, família, professores, amigos –e sua vida resume-se a tentar driblar essas atribulações.
Nesse percurso, Fresh irá tomar contato com a tentação do poder, os efeitos transformadores da cultura, o perigo intoxicante da morte e a corrupção perniciosa da prostituição, num dos mais realistas registros da perda de inocência dos anos 1990.

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