Saudado pela crítica e público como o melhor
filme de terror de 2013 (embora seus competidores não fossem, por assim dizer,
fortes), “Invocação do Mal” revelou-se um belo exemplo do domínio de narrativa
do diretor James Wan, um verdadeiro especialista no gênero que realizou o
primeiro filme da série "Jogos Mortais" (uma das produções que
determinou as características de todo um filão de filmes de terror da década de
2000) e o bem-sucedido "Sobrenatural-Insidious".
O que James Wan faz não tem absolutamente nada
de inovador: Ele tão somente manipula com precisão e bom senso (essas sim,
características raras entre diretores mais jovens) os mesmo elementos
explorados com perfeição pioneira no clássico “O Exorcista” –um filme ao qual
este “Invocação do Mal” presta um incalculável tributo.
Anos 1970. Renomados demonólogos, o casal
Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga, ambos ótimos) especializou-se em
esconjurar entidades malignas que perturbavam pessoas comuns nos mais diversos
casos, como o célebre episódio da boneca Annabelle –mais tarde, ele próprio
transformado num filme.
Embora esta atividade lhes tenha cobrado, por
vezes, um preço alto.
Este filme é baseado no que é considerado por
eles mesmos, seu caso mais assombroso: A progressão terrível e violenta das
aparições de um espírito para uma família americana de classe média, numa casa
que antes pertencera a uma mulher acusada de bruxaria.
A despeito da veracidade inconteste e alardeada
de sua trama –um fator empregado à exaustão no marketing do filme a fim de
valorizar seus sustos –a história, da forma como é apresentada no filme tem
inevitáveis reformulações hollywoodianas e liberdades poéticas em prol de uma
narrativa fechada e otimista; na vida real, os demonólogos não foram capazes de
livrar a família dos espíritos e eles tiveram que simplesmente deixar a casa.
Em tempo: Os casos do casal Warren inspiraram
outros filmes mais ou menos conhecidos de terror como “Horror em Amityville” e
“Invocando Espíritos”.
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