sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Kingsman - O Círculo Dourado

Durante algum tempo, o diretor Matthew Vaughn evitou envolver-se em continuações. Embora tenha entregue filmes extremamente bem-sucedidos, ele não esteve na continuação do ótimo “Kick Ass-Quebrando Tudo”, nem na seqüência do igualmente ótimo “X-Men Primeira Classe”. Essa postura só veio a mudar quando ele resolveu encarar também este “Círculo Dourado” que vem a dar seqüência ao seu divertidíssimo “Kingsman-Serviço Secreto” –talvez, influenciado pela queda de qualidade ocasionada nas continuações de suas próprias obras, em especial, em “Kick Ass 2”.
Como em “Kick Ass”, “Kingsman” partia de uma história em quadrinhos escrita por Mark Millar. Uma redefinição dos conceitos tradicionais de agente secreto ao estilo James Bond, mas transfigurada com elementos muito atuais, como a avançada tecnologia, a ultra-violência, além do cinismo e do sarcasmo que tão bem definem os jovens.
Na continuação, Vaughn não faz a menor questão de fugir desses elementos: “Círculo Dourado”, em todos os aspectos possíveis, dá continuidade natural ao que foi visto em “Serviço Secreto”: Eggsy (o ótimo Taron Egerton) evoluiu de agente em treinamento (no primeiro filme) para um dos poucos agentes da Kingsman em atividade (lembre-se que a maioria morreu!). Seu rival durante o treinamento, o almofadinha Charlie Hesketh (Edward Holcroft) retorna como um dos vilões e surge, já na primeira cena, para dar dor de cabeça ao herói –uma cena insana e eletrizante de ação, diga-se, daquelas que poucos realizadores, como Vaughn, são capazes de orquestrar.
Também a princesa Tilde (Hanna Alström), vista brevemente no filme –e num rápido take, já no final, surpreendente e revelador –agora aparece aqui como namorada séria de Eggsy; essa manobra provavelmente foi uma forma de responder a algumas críticas que apontaram o primeiro filme como excessivamente machista (embora a objetificação da mulher seja uma característica constante também neste segundo filme).
Já confortável na função de agente da Kingsman –uma organização inglesa de espionagem avançada –Eggsy descobre uma ameaça tremenda na forma de Poppy Adams (Julianne Morre, se esbaldando no papel), uma mega-traficante de drogas profundamente frustrada com o anonimato que sua ocupação impõe ao seu serviço –que ele sabe executar com sucesso inquestionável. Disposta a obter o reconhecimento como uma das mulheres mais poderosas do mundo, ela engendra um plano para chantagear o presidente dos EUA (uma ponta de Bruce Greenwood cheia de crítica e acidez) obrigando-o a legalizar todas as drogas.
Psicótica e implacável, ela trata de tirar de seu caminho os possíveis obstáculos, no caso, os agentes da Kingsman que são dizimados num atentado destruidor –e, diferente do filme anterior, agora todos morrem! Todos, não: Apenas Eggsy resta vivo (ele estava, por acaso, jantando com os pais da namorada!) e o analista Merlin (Mark Strong) –isso obriga os dois a procurar apoio e recursos entre os Stateman, a contraparte americana da Kingsman, capitaneados por Champ (Jeff Bridges) e que incluem Ginger (Halle Berry), Uísque (Pedro Pascal, de “A Grande Muralha”) e Tequila (Channin Tatum).
Junto com os aliados da Stateman vem também uma revelação: Gallahad (Colin Firth, sempre digno), o mentor de Eggsy morto no filme anterior está vivo! –e infelizmente, graças ao desleixo do departamento de marketing essa revelação não é surpresa pra ninguém já que o personagem aparece em todos os trailers e pôsteres.
Talvez a maior surpresa deste novo “Kingsman” seja assim a honorável e hilária ponta de Elton John.
Há muito da competência de Matthew Vaughn trabalhando em prol da diversão, mas ele não escapa aqui de inúmeras armadilhas oriundas justamente –vejam a ironia! –do fato de estar fazendo aquilo qual até então tentou fugir: Uma continuação.

Um comentário:

  1. É um bom filme para ser visto num sábado, garantida a diversão ao espectador. Adorei a participação de Jeff Bridge, é um ator multifacetado, seu papel é muito divertido e interessante. O vi também em Homens de Coragem, é muito bom. Gostei muito de Homens de Coragem não conhecia a história e realmente gostei. A história é impactante, sempre falei que a realidade supera a ficção, acho que é um dos melhores filmes de drama. Super recomendo. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia, o elenco fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações.

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