Durante algum tempo, o diretor Matthew Vaughn
evitou envolver-se em continuações. Embora tenha entregue filmes extremamente
bem-sucedidos, ele não esteve na continuação do ótimo “Kick Ass-Quebrando
Tudo”, nem na seqüência do igualmente ótimo “X-Men Primeira Classe”. Essa
postura só veio a mudar quando ele resolveu encarar também este “Círculo
Dourado” que vem a dar seqüência ao seu divertidíssimo “Kingsman-Serviço
Secreto” –talvez, influenciado pela queda de qualidade ocasionada nas
continuações de suas próprias obras, em especial, em “Kick Ass 2”.
Como em “Kick Ass”, “Kingsman” partia de uma
história em quadrinhos escrita por Mark Millar. Uma redefinição dos conceitos
tradicionais de agente secreto ao estilo James Bond, mas transfigurada com
elementos muito atuais, como a avançada tecnologia, a ultra-violência, além do
cinismo e do sarcasmo que tão bem definem os jovens.
Na continuação, Vaughn não faz a menor questão
de fugir desses elementos: “Círculo Dourado”, em todos os aspectos possíveis,
dá continuidade natural ao que foi visto em “Serviço Secreto”: Eggsy (o ótimo Taron
Egerton) evoluiu de agente em treinamento (no primeiro filme) para um dos
poucos agentes da Kingsman em atividade (lembre-se que a maioria morreu!). Seu
rival durante o treinamento, o almofadinha Charlie Hesketh (Edward Holcroft) retorna como um dos vilões
e surge, já na primeira cena, para dar dor de cabeça ao herói –uma cena insana
e eletrizante de ação, diga-se, daquelas que poucos realizadores, como Vaughn,
são capazes de orquestrar.
Também a princesa Tilde (Hanna Alström), vista
brevemente no filme –e num rápido take, já no final, surpreendente e revelador
–agora aparece aqui como namorada séria de Eggsy; essa manobra provavelmente
foi uma forma de responder a algumas críticas que apontaram o primeiro filme
como excessivamente machista (embora a objetificação da mulher seja uma
característica constante também neste segundo filme).
Já confortável na função de agente da Kingsman
–uma organização inglesa de espionagem avançada –Eggsy descobre uma ameaça
tremenda na forma de Poppy Adams (Julianne Morre, se esbaldando no papel), uma
mega-traficante de drogas profundamente frustrada com o anonimato que sua
ocupação impõe ao seu serviço –que ele sabe executar com sucesso
inquestionável. Disposta a obter o reconhecimento como uma das mulheres mais
poderosas do mundo, ela engendra um plano para chantagear o presidente dos EUA
(uma ponta de Bruce Greenwood cheia de crítica e acidez) obrigando-o a
legalizar todas as drogas.
Psicótica e implacável, ela trata de tirar de
seu caminho os possíveis obstáculos, no caso, os agentes da Kingsman que são
dizimados num atentado destruidor –e, diferente do filme anterior, agora todos
morrem! Todos, não: Apenas Eggsy resta vivo (ele estava, por acaso, jantando
com os pais da namorada!) e o analista Merlin (Mark Strong) –isso obriga os
dois a procurar apoio e recursos entre os Stateman, a contraparte americana da
Kingsman, capitaneados por Champ (Jeff Bridges) e que incluem Ginger (Halle
Berry), Uísque (Pedro Pascal, de “A Grande Muralha”) e Tequila (Channin Tatum).
Junto com os aliados da Stateman vem também uma
revelação: Gallahad (Colin Firth, sempre digno), o mentor de Eggsy morto no
filme anterior está vivo! –e infelizmente, graças ao desleixo do departamento
de marketing essa revelação não é surpresa pra ninguém já que o personagem aparece
em todos os trailers e pôsteres.
Talvez a maior surpresa deste novo “Kingsman”
seja assim a honorável e hilária ponta de Elton John.
Há muito da competência de
Matthew Vaughn trabalhando em prol da diversão, mas ele não escapa aqui de
inúmeras armadilhas oriundas justamente –vejam a ironia! –do fato de estar
fazendo aquilo qual até então tentou fugir: Uma continuação.
É um bom filme para ser visto num sábado, garantida a diversão ao espectador. Adorei a participação de Jeff Bridge, é um ator multifacetado, seu papel é muito divertido e interessante. O vi também em Homens de Coragem, é muito bom. Gostei muito de Homens de Coragem não conhecia a história e realmente gostei. A história é impactante, sempre falei que a realidade supera a ficção, acho que é um dos melhores filmes de drama. Super recomendo. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia, o elenco fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações.
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