Dos últimos trabalhos do mestre Alfred Hitchcock, “Frenesi” representou para ele a oportunidade de ousar de maneiras nunca antes experimentadas em sua carreira: Eram então os anos 1970, e a transgressão autoral e uma antes inimaginada propensão para a violência contaminava o cinema comercial já desde alguns exemplares dos anos 1960.
Há inclusive uma cena de estupro neste filme.
Realizada com alto grau (na medida em que isso é possível) de requinte e
sugestão, mas sem desvencilhar-se da liberdade criativa que permitia que o
diretor finalmente empregasse todo o teor grotesco inerente ao ato.
Esta volta do diretor à sua Inglaterra natal
(na qual não filmava havia muitos anos), é também uma volta ao mesmo fascínio
mórbido e inquietante ostentado em “Psicose”: Aqui, Hitchcock torna a seguir
interessadamente os passos de outro sociopata, Robert Rusk (Barry Foster, um
reflexo masculino das loiras platinadas de filmes anteriores), cujo ímpeto para
matar o leva a estuprar e a matar suas vítimas usando uma gravata –e tais
ocorrências logo começam a alarmar a cidade de Londres.
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