O diretor Joe Johnston parece quase uma réplica
de Steven Spielberg na forma como impõe um ritmo e estilo específicos no
comando desta aventura para toda família (um estágio válido ele até tem já que
antes de estrear como diretor, foi técnico de direção de arte de Spielberg em
“Os Caçadores da Arca Perdida”, pelo qual, inclusive, levou o Oscar da
categoria).
A presença de Robin Willians (repetindo em
muitos aspectos o recorrente papel da criança num corpo de adulto) só vem a reforçar
esta impressão.
Quando “Jumanji” começa, o prólogo nos introduz
ao terror de montanha-russa que definirá o filme em uma cena onde garotos
enterram, tomados de pavor, um caixa num terreno afastado.
Um século se passa e, na cidade de Bradford, o
filme retoma sua trama –cuja primeira metade parece usar de ganchos narrativos
como passagens de tempo para esticar a duração.
O protagonista Alan Parrish (vivido na primeira
parte por Adam Hann-Byrd, de “Mentes Que Brilham” e “Tempestade de Gelo”) é um
garotinho que encontra o tal jogo mágico em meio à uma escavação; a mesma caixa
larga lá pelos jovens do começo.
Na aparência, “Jumanji” parece tratar-se de um
daqueles jogos em que um lance de dados define o número de casas que cada
jogador deve avançar. Entretanto, há algo de sinistro e sobrenatural que passa
despercebido: Ele emite sons de tambores que somente as pessoas escolhidas para
serem seus jogadores –em especial, crianças –são capazes de ouvir. Depois de
iniciado, não há como interrompê-lo.
Ao iniciar distraidamente o jogo ao lado de uma
amiga –Sarah vivida por Laura Bell Bundy na fase infantil e por Bonnie Hunt na
fase adulta –Alan cai numa casa contendo uma armadilha, o jogo
"Jumani" o leva assim a um mundo paralelo do qual só se liberta vinte
e seis anos depois, já adulto (nas formas cômicas de Robin Williams), quando
outras duas crianças, Peter e Judy (Bradley Pierce e uma novinha Kirsten Dunst)
reiniciam o jogo novamente.
A cada jogada, perigos e acontecimentos dos
mais insólitos se manifestam.
Para restaurar a ordem e encerrar todos os
problemas acarretados pelo próprio jogo eles devem sobreviver e chegar a última
casa.
Uma curiosa aventura de sessão da tarde que
encontrou lá seus apreciadores nos anos 1990, “Jumanji” emprega funcionais
observações à psicologia infantil –numa sacada que remonta o autor James
Barrie, de “Peter Pan”, o caçador que persegue Alan ao longo do filme, e que
representa o mais tangível vilão do filme, é interpretado por Jonathan Hyde que
vive também o pai de Alan –enquanto se revela um veículo dos mais adequados em
temática e tom para o estrelato de Robin Williams.
Não obstante a isso, seu maior apelo à época –os
efeitos visuais empregados com ambiciosa abrangência –foram colhidos por uma
enxurrada arrebatadora de inovações técnicas que dominaram essa área: A
despeito do capricho, “Jumanji” já surgiu datado tendo sido lançado quase
simultaneamente com os pra lá de inovadores “Twister” e “Independence Day”.
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