quarta-feira, 21 de junho de 2023

Guardiões da Galáxia - Especial de Natal


 Pouco antes de sua última aparição nos cinemas –no excelente “Guardiões da Galáxia Vol. 3” –e depois de suas participações em “Vingadores-Ultimato” e em “Thor-Amor & Trovão”, a equipe de heróis espaciais tornados memoráveis graças ao talento do diretor e roteirista James Gunn deu o ar da graça neste média-metragem especial, exclusivo da plataforma Disney Plus. Esperto, James Gunn –uma verdadeira enciclopédia viva de referências à cultura pop –resgatou a lembrança, não tão honorável assim, do “Star Wars-Especial de Natal”, que George Lucas lançou em 1978, com toda a trupe de seu sucesso cinematográfico reunida para pagar um mico desgraçado. Varrido para debaixo do tapete pela vergonha dos fãs perante a mitologia vasta em longa-metragens, animações e afins, aquele filme televisivo é relembrado aqui, por James Gunn, com um certo carinho agridoce. Entretanto, se Gunn relembra sua existência, ele evita por completo seus equívocos: Este média-metragem é uma piscadela aos fãs feita para explorar o carisma de seus personagens, estender com muito bom humor um pouco mais sua mitologia e, lá no fundo, favorecer o conteúdo exclusivo do streaming da Disney, com um irresistível apelo aos inúmeros expectadores do MCU.

Instalados em Luganhenhum, a cabeça decepada de um Celestial, desde que o lugar fora devastado por Thanos, os Guardiões da Galáxia descobrem que na Terra, o planeta-natal de Peter Quill (Chris Pratt), está sendo comemorada a época do Natal –festividade completamente ignorada pelos outros membros, alienígenas. Todavia, como lembra Kraglin (Sean Gunn) na sequência animada que abre o filme (na qual figura o personagem de Michael Rooker, Yondu, em participação especial) os natais de Quill, passados durante sua infância entre os rudes Saqueadores Espaciais, não foram dos mais calorosos.

Para Manthis (Pom Klementieff) –que lembra do fato de que ela e Quill são meio-irmãos, já que foi criada por Ego, o pai dele –há uma certa importância em resgatar tal data, já que Quill anda desolado devido à perda de Gamora, ocorrida em “Vingadores-Guerra Infinita”. Com isso em mente –e com uma visão ligeiramente deturpada do quê é o Natal e sua troca de presentes –ela e Drax (Dave Bautista) veem até a Terra, na intenção de providenciar para Peter o melhor presente possível: O seu ídolo em pessoa, o ator Kevin Bacon –numa participação especial das mais hilárias!

Na Terra, confusões usuais se seguem –no humor recorrente e espontâneo da Marvel Studios –quando Manthis e Drax descem em plena Los Angeles, intoxicada pelo usual culto às celebridades: O que leva personagens tão exóticos quanto os dois a se misturar até que bem à fauna esquisita e alienada de pessoas que ganham dinheiro com a curiosidade dos turistas (!). Após um tumulto considerável na mansão de Kevin Bacon –onde, por razões óbvias, tiveram um atrito com a polícia (!!) –Manthis e Drax seguem de volta à Luganenhum para surpreender Peter. Ainda que a surpresa termine não sendo como eles esperavam.

Descontraído, mais espirituoso do que de fato divertido, este “Especial de Natal” é certamente recomendado aos fãs mais incondicionais dos Guardiões da Galáxia, que haverão de apreciar o filme pela sempre envolvente interação de seus personagens –um aspecto singular em suas criações do qual a Marvel Studios sempre soube se beneficiar. Aos expectadores mais casuais, ele é uma obra curta, ligeiramente vaga e sem muita razão de ser (exceto pelos pequenos detalhes de informação que acrescenta como a aproximação entre Manthis e Drax e entre Rocket Racoon e Nebula) que serve como uma modesta ponte entre os demais filmes e o derradeiro (e brilhante!) “Guardiões da Galáxia-Vol. 3”.

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