Se dependesse exclusivamente da impressão
passada por sua reunião de talentos, “Garota Infernal” seria memorável:
Roteirizado pela mesma Diablo Cody que levou o Oscar da categoria por “Juno”
–sendo que é, de fato, espirituoso e bem escrito –dirigido pela cineasta
independente Karyn Kusama (realizadora de “Girlfight” tido como uma espécie de
precursor temático do premiadíssimo “Menina de Ouro”) e estrelado pela
belíssima (e gostosíssima) Megan Fox, de “Transformers” –cuja presença
representa o grande atrativo para seu departamento de marketing –o filme jamais
alcança os níveis de diversão a que se propõem, em grande parte porque nenhuma
das estrelas citadas oferece um resultado satisfatório.
A trama bolada por Diablo Cody como uma espécie
de versão particular –e pontuada pelas mesmas concepções de ‘guerra dos sexos’
de seu sucesso juvenil –de certos arquétipos dos filmes de terror jamais
engrena ou empolga. Em vez disso, regride aos clichês de sempre: Jennifer, a
indiscutivelmente sexy líder de torcida de sua escola (Megan) começa a
manifestar um estranho e macabro comportamento que não passa despercebido de
sua melhor amiga (Amanda Seyfried), uma das estudantes ligeiramente desajustadas.
A garota agora possuída por algo demoníaco, precisa matar para manter-se viva,
mais ou menos como um vampiro, e como eles, usa assim seu poderoso sex-appeal
para atrair pobres garotos.
Deliberadamente longe do naturalismo que
exerceu em seu outro filme, a diretora Karyn Kusama (que realizou também a
equivocada adaptação cinematográfica de “Aeon Flux”, com Charlize Theron) opta
por um registro convencional e uma narrativa básica, presumindo talvez que prescindiria
uma direção com personalidade o fato de ter um roteiro assinado por Diablo Cody
e uma protagonista interpretada por Megan Fox.
Megan de fato hipnotiza os
olhares masculinos em cena, entretanto, como atriz, seu trabalho é ofuscado
pela competência e espontaneidade de Amanda Seyfried, a jovem desajustada.
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