Como diria Leandro Karnal: “Se Você não cresce, você diminui. Se você não vai para frente, você volta para trás.” Após dois anos consideravelmente enfadonhos, a Academia de Artes Cinematográficos voltou a realizar uma cerimônia na qual tentou deixar bem claras suas intenções de abraçar a mudança. O que isso vem a significar? Que o passado tido por retrógrado e tradicionalista ficou para trás. Que tabus estão aí para serem quebrados.
A
cerimônia de 2023, na opinião de alguns, pode ter se resumido à tendências
óbvias (quem acompanhou premiações anteriores como o SAG praticamente viu todos
os premiados se repetirem), mas nada disso dissipou as emoções da noite, que já
começaram com os discursos maravilhosos de Ke Hui Quan e Jamie Lee Curtis,
premiados como coadjuvantes.
O filme de
guerra alemão, “Nada de Novo No Front”, e o grande vencedor da noite, “Tudo emTodo Lugar Ao Mesmo Tempo” se sagraram como os mais premiados, com 6 estatuetas
para o primeiro e 7 para o segundo; desde 2014, com “Gravidade, um filme não
saia do Oscar com tantas honrarias.
E elas
foram mais significativas do que se pode imaginar: Em especial, o prêmio de
Melhor Atriz para Michelle Yeoh, finalmente conferido, após 95 anos de Oscar, a
uma atriz asiática. O favoritismo de Brendan Fraser também se confirmou,
ratificando inclusive sua belíssima trajetória de recuperação e renascimento
profissional. É claro que, diante dos premiados, sempre sobram lamentações para
quem não ganhou; para mim, foi uma pena “Os Fabelmans”, de Spielberg, ter saído
de mãos abanando.
Entretanto,
a cerimônia de 2023 foi um belo lembrete de tudo o que faz o cinema ser
arrebatador, ao premiar um filme tão diferente, tão absolutamente distante de
seus padrões estabelecidos e que, com beleza, perícia e emoção retrata
maravilhosamente bem a geração millennials
de hoje. O belo recado que fica é: A partir de agora, tudo pode acontecer.
Aqueles que jamais almejaram a chance que ganhar um Oscar têm, sim, a
possibilidade de verem seus sonhos sendo realizados.
Foi curioso, porém, que o momento a relembrar com mais propriedade e alegria a exuberância da Velha Hollywood veio através de um filme estrangeiro: A magnífica apresentação da canção “Naatu Naatu”, do filme indiano “RRR”.
MELHOR
FILME
"Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo"
MELHOR
DIREÇÃO
"Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo", Daniel Kwan e Daniel Scheinert
MELHOR
ATRIZ
Michelle Yeoh, "Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo"
MELHOR
ATOR
Brendan Fraser, "A Baleia"
MELHOR
ATRIZ COADJUVANTE
Jamie Lee Curtis, " Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo "
MELHOR
ATOR COADJUVANTE
Ke Huy Quan, " Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo "
MELHOR
FOTOGRAFIA
"Nada de Novo no Front"
MELHOR
DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
"Navalny"
MELHOR
DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
"An Irish Goodbye"
MELHOR
FILME INTERNACIONAL
"Nada de Novo no Front" (Alemanha)
MELHOR
SOM
MELHORES
EFEITOS VISUAIS
MELHOR
MAQUIAGEM
"A Baleia"
MELHOR
FIGURINO
"Pantera Negra-Wakanda Para Sempre"
MELHOR
DESIGN DE PRODUÇÃO
"Nada de Novo no Front"
MELHOR
TRILHA SONORA
“Nada de Novo no Front"
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Naatu Naatu", de "RRR"
MELHOR
ROTEIRO ORIGINAL
" Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo "
MELHOR
ROTEIRO ADAPTADO
"Entre Mulheres"
MELHOR
LONGA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"Pinóquio de Guillermo Del Toro"
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CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"The Boy, The Mole, The Fox and The Horse"
MELHOR
EDIÇÃO
" Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo "
MELHOR
CURTA-METRAGEM
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