As turbulências do Universo DC nos cinemas já são conhecidas, e todos sabem que a maioria delas culminou no irregular “Liga da Justiça” de 2017 que, embora tivesse o nome de Zack Snyder em seus créditos, era fruto do trabalho de Joss Whedon, chamado pelos executivos da Warner Bros. para finalizar o vasto material deixado por Snyder antes de seu afastamento em decorrência do trágico suicídio da filha. Havia algumas intenções bem nítidas no recrutamento de Joss Whedon que, é bom lembrar, dirigiu também “Os Vingadores” para a Marvel Studios cerca de seis anos antes: Harmonizar as muitas ideias ainda inacabadas (algumas bastante ambiciosas) que Zack Snyder deixara para “Liga da Justiça”, e dar um aspecto mais, digamos, semelhante às obras da Marvel para as ainda tão lúgubres realizações da DC –público e crítica pareciam concordar que “Batman Vs Superman” padecia, entre tantas outras coisas, de um tom sombrio que por vezes exacerbava e soava inadequado a um filme de superheróis.
Entretanto, Joss Whedon não revelou-se a
escolha ideal para a tarefa: Além de simplificar todo o material de Snyder a
fim de acomodá-lo numa duração curta de mais apelo comercial (tirando assim
toda a relevância de muitas cenas), Whedon acrescentou cenas que só introduziam
piadinhas desnecessárias (um elemento da Marvel do qual a DC não precisava),
deixando a clara e desconfortável diferença de estilo visual e narrativo entre
ele e Snyder (transformando o filme numa colcha de retalhos) e finalizou todo o
material com um desleixo ainda mais incômodo: Ficou famosa (ou seria infame?),
por exemplo, a boca em CGI de Henry Cavill, acrescentada para apagar o bigode
que ele deixara crescer para as filmagens de “Missão Impossível-Efeito Fallout”.
Então, veio a pandemia em 2020 e os índices
baixos (ou seria melhor inexistentes?) de bilheterias cinematográficas fez os
executivos do estúdio voltarem sua atenção para sua plataforma de streaming, o
HBO Max, e para as redes sociais, onde ganhava força um movimento chamado #snydercut no qual fãs fizeram petições
pedindo pelo lançamento da versão de Zack Snyder de “Liga da Justiça”
certamente melhor do que a lançada no cinema em 2017 –até porque, seria difícil
conseguir fazer algo pior...
Eis que, uma vez mais tendo acesso às cenas
gravadas, e com todo o arsenal de efeitos computadorizados para finalizar o
filme à sua maneira, Zack Snyder pôde enfim satisfazer seus fãs e entregar sua
própria versão de “Liga da Justiça” a ostentar a nada modesta metragem de
quatro horas de duração (!).
Após os eventos dramáticos de “Batman Vs
Superman” –revistos sobre outro e estilizado ângulo nas cenas iniciais –um novo
desafio aos heróis, Batman (Ben Affleck) e Mulher-Maravilha (Gal Gadot) surge
no horizonte: Sem o vasto poder de Superman para proteger a Terra, as preciosas
‘caixas maternas’ despertam sua energia, atraindo invasores alienígenas.
Outrora pivô de uma invasão alienígena ocorrida
em tempos imemoriais, as ‘caixas maternas’ –divididas em três –ficaram na
Terra, sob a proteção dos humanos, dos atlantes (o povo de Aquaman) e das
amazonas (o povo de Diana, a Mulher-Maravilha). Agora, o conquistador tirânico
Darkseid (Ray Porter) pretende recuperá-las e, para isso, envia seu mais
poderoso lacaio, o Lobo da Estepe (Ciarán Hinds, um vilão muito mais elaborado
esteticamente e melhor escrito do que no outro filme), desesperado por saciar a
fome de conquista de seu senhor e assim, saldar a dívida que tem com ele, e
voltar para seu mundo-natal.
A medida que se deparam com o poder
incomensurável do Lobo da Estepe, Bruce Wayne (o Batman, caso alguém não
saiba...) dá sequência ao seu plano de reunir os seres mais poderosos da Terra
numa única equipe a fim de protegê-la. Com Diana ao seu lado –devidamente
alertada do roubo da ‘caixa materna’ em poder das amazonas por sua mãe Hipólita
(Connie Nielsen) –ele vai atrás do atlante Arthur Curry, o Aquaman (Jason
Momoa), do velocista Barry Allen, o Flash (Ezra Miller) e do indivíduo
cibernético Victor Stone, o Cyborg (Ray Fisher), este, aliás, criado a partir
de uma das ‘caixas maternas’.
No entanto, logo fica claro que, para fazer
frente a esse poderoso inimigo, eles devem encontrar um meio de trazer de volta
Kal-El, o Superman (Henry Cavill).
Nenhum comentário:
Postar um comentário