Houve um tempo em que “Missão Impossível” era
associado a uma conhecida série de TV. Esse tempo se acabou.
Desde 1999, o conceito da série –assim, como
elementos que a tornavam clássica, como a icônica trilha sonora de Lalo
Schifrin –migrou para o cinema e, se no início a sombra do programa televisivo
oprimia um pouco do resultado, pelo menos os últimos quatro longa-metragens se
desvencilharam completamente dessas amarras.
“Missão Impossível” é, agora e para toda uma
nova geração de expectadores, cinema.
E essa convicção se ampara no protagonista
Ethan Hunt –sintomaticamente um personagem feito especialmente para cinema
–interpretado pelo produtor de cada um dos filmes, Tom Cruise.
Ele quem fez da série algo seu; tornou seu
nome, hoje, indivisível do título “Missão Impossível” e transformou Ethan Hunt,
filme a filme, num dos grandes agentes secretos do cinema ombreando James Bond
e Jason Bourne.
Como ele o fez?
Conferindo qualidade indiscutível ao material.
O filme anterior, “Missão Impossível-NaçãoSecreta” já havia sido agraciado como o melhor da franquia até então graças ao
roteiro meticuloso e à direção refinada de Christopher McQuarrie, e como
produtor, Cruise garantiu que esse talento se mantivesse neste novo “Efeito
Fallout” –a primeira vez, portanto, em que um diretor assume dois filmes na
franquia.
Tudo começa com a habitual incumbência de uma
missão “Sua missão, caso aceite, será...”, culminando no clássico “esta
mensagem se auto-destruirá em cinco segundos”.
Basicamente, Hunt deve adquirir três cargas de
urânio antes que um grupo terrorista denominado “Os Apóstolos” o façam. Durante
a negociação, porém, seus inimigos se revelam mais ladinos que o esperado e
Hunt, ao optar por salvar a vida do amigo Luther (Ving Rhames) coloca o sucesso
da missão em risco, o tal do “efeito fallout”.
Quando o filme se inicia de fato, Hunt tem a
própria CIA em seu pescoço, acompanhando cada passo que sua equipe dá a fim de
remediar o ocorrido –e o representante da CIA para tal tarefa vem a ser o
beligerante e nada sutil August Walker (Henry Cavill, o único membro falho do
elenco), um assassino nato com toda propensão para deixar os colegas de lado
que Hunt não tem. Eles devem estabelecer um contato com a vendedora de armas
conhecida como Viúva Branca (Vanessa Kirby, um charme só), ao mesmo tempo em
que simulam a identidade do negociador que pode estar por trás de tudo, o
misterioso agente duplo John Lark –cuja identidade é a única reviravolta fácil
de prever do filme.
Todas as complicações levam à libertação do
perigoso e psicótico Solomon Lane (Sean Harris, o notável vilão derrotado e
capturado em “Nação Secreta”), e com isso, entra em cena mais uma vez a maravilhosa
Agente Ilsa (Rebecca Ferguson, tão sensacional e surpreendente quanto no filme
anterior), cujo MI-6 (o Serviço Secreto Inglês), para quem trabalha, lhe cobra
uma prova de lealdade matando Lane –o quê a coloca, desta vez, em rota de
colisão com Hunt e sua equipe.
Avançando por caminhos sempre intrincados, este
magistral filme de espionagem não nega o fato de seu realizador ter sido
premiado pelo rocambolesco “Os Suspeitos”: McQuarrie tece uma trama brilhante e
bem amarrada onde cada índole, cada decisão humana e tática, cada pormenor
conduz a uma guinada em seus acontecimentos, enfileirando, como conseqüência
disso, uma cena de ação atrás da outra; todas concebidas com um entusiasmo e um
rigor que imediatamente eleva “Efeito Fallout” ao status de Melhor Filme de
Ação do Ano: O salto arrepiante de um avião em grande altitude (proeza
executada de fato pelo astro Tom Cruise); a luta brutal dentro de um banheiro
público; uma perseguição pelas ruas de Paris; uma outra perseguição (desta vez,
a pé) pelos telhados de Londres; e uma assombrosa seqüência final envolvendo
helicópteros –em todas elas, fica evidente a entrega absurdamente audaz de Tom
Cruise.
Assim, como cinema, “Missão Impossível” chega
neste sexto e magnífico filme, também ele, ostentando suas próprias
características das quais se faz indivisível (o personagem de Cruise, ação
desenfreada, trama intrincada, ameaças mirabolantes, produção requintada, a
trilha sonora inconfundível).
Em “Efeito Fallout”, o diretor e roteirista
McQuarrie, contudo, se dá o luxo de inserir um novo elemento: O dilema moral
que acomete mesmo o mais implacável dos agentes quando cada ínfima decisão que
toma pode levar ao salvamento (ou à perda) de milhões de vidas.
Missão Impossível é, sem nenhuma dúvida, uma das franquias mais famosas da sétima arte e que teve sua sequencia iniciada em 1996 na direção de Brian de Palma. Amo a Henry Cavill é de admirar o profissionalismo deste ator, trabalha muito para se entregar em cada atuação o melhor, sempre supera seus papeis anteriores, o demonstrou no filme de ação Liga da Justiça, um filme que se converteu em um dos meus preferidos. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, eu recomendo muito!
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