O estilo intimista do diretor Keith Gordon (mesmo do romance “Amor Maior Que A Vida”, com Jennifer Connelly) é um tanto quanto avesso à simplismos e redundâncias. Daí ser notável a mudança brusca de tom que ele não tarda a promover neste curioso drama da Segunda Guerra Mundial, colocando-o como uma presença inesperadamente fascinante em meio à tantas produções explosivas do filão.
“A Patrulha Sem Nome” –ou “A Midnight Clear”,
no original –inicia-se em 1944, nas trincheiras gélidas entre as fronteiras da
Noruega e da Bélgica. O soldado Mother Wilkins (Gary Sinise, antes da aclamação
por “Forrest Gump”) tem um surto –descobriu, dois dias antes que se tornou pai
e, diante do perigo da guerra, pode não voltar para conhecer o filho –o que
leva-o a ser visto com certa cautela por todo o resto do esquadrão. Tal
esquadrão, contudo, não é dos mais numerosos: Devido a uma série de
circunstâncias militares peculiares e de outros contratempos, eles se resumem
em seis –além de Mother, o comandante, Sargento Will Knott (Ethan Hawke), que
pela aparência jovial pouca impressão passa de líder; o austero e virtuoso
Father Mundy (Fran Whaley, de “Career Opportunities”); o exemplo de soldado em
combate, Cabo Avakian (Kevin Dillon, de “Platoon”); o bem-apessoado e
cabeça-oca Bud Miller (Peter Berg); e o irrequieto e astuto Stan Shutzer (Arye
Gross, de “Minority Report-A Nova Lei”). O grupo –que, à essas alturas do
conflito, se tornaram grandes amigos –é designado para uma missão aparentemente
banal: Seguir até um entreposto longínquo nas montanhas gélidas e abarrotadas
de neve, uma casa abandonada, e lá montar guarda, vigiando toda e qualquer
atividade nazista que, por ventura, perceberem na região.
Todavia, o que se sucederá é inusitado.
Atividade nazista existe, sim, no entanto, os soldados alemães (ao que tudo
indica de um esquadrão diminuto e largado ao léu pelos superiores, como o
deles) não parecem nem um pouco interessados em dar continuidade ao conflito ou
a seguir ordens superiores, quaisquer que sejam, eles estabelecem contato que,
ao longo dos dias que se seguem (e das situações um tanto curiosas que se
sucedem), tudo indica ser amistoso!
Aqueles alemães sabem que o desfecho da guerra
será amargo, e querem se render aos americanos o quanto antes. Todos, porém,
vão descobrir que, mesmo diante de uma predisposição pacífica de ambos os
lados, todos vivenciam, com a guerra, uma circunstância delicada que os deixa à
beira da barbárie.
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