quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Amor Maior Que A Vida

Lembro que, quando vi este filme pela primeira vez, a minha reação foi emotiva. Eram meados dos anos 2000, 2001 e a atriz Jennifer Connelly vinha de uma grande participação em um grande filme (“Réquiem Para Um Sonho”), e marcava presença numa das produções mais badaladas da época, “Uma Mente Brilhante” que terminou lhe dando o Oscar de Atriz Coadjuvante. Fascinado por aquela morena espetacular resolvi procurar pelos outros filmes dela, tarefa na qual fui muito feliz pois descobri que ela era uma atriz das mais ativas e prolíficas, além de ter começado muito cedo, aos catorze anos de idade. Um dos inúmeros filmes dela que vi naquela época foi “Amor Maior Que A Vida”, que é um trabalho já bastante emblemático para o tipo de filme que ela sempre fez: Obras de conteúdo, complexas e de apelo menos comercial, os chamados ‘filmes para festival’. O quê é um dado curioso, visto que com aquele corpo escultural e aquela beleza hipnótica, ela era capaz de estrelar qualquer produção hollywoodiana. 
E o filme parece valer-se muito do fascínio que a atriz provoca. Já na primeira cena descobrimos que a personagem de Jennifer aparentemente morreu num acidente de carro. 
Aparentemente, pois a dúvida acerca disso é o eixo em torno do qual a trama irá girar, fazendo com que essa questão torne-se corrosiva para o personagem principal (o bom Billy Crudup) e para a platéia. O diretor Keith Gordon, avesso a redundâncias narrativas, vai e vem no tempo, contrabalançando o período em que Sarah (Jennifer Connelly) estava viva, com o presente, no qual ela já está morta. Surgem indícios, porém, (na trajetória nunca menos que subjetiva do personagem principal) que esta pode não ser a verdade. Pode ser que houvesse uma conspiração, e que por isso ela tenha sido obrigada a afastar-se (afinal, os flashbacks não só ilustram a relação entre os dois, como suas disparidades ideológicas; ele, um candidato à uma vaga de congressista no senado; ela, uma ferrenha ativista que auxiliava causas da igreja). Pode ser que ela tenha encontrado um meio de comunicar-se, do além (como bem sugere o título original e o nacional). E pode ser que tudo seja fruto de um anseio em sua mente, incapaz de aceitar que seu grande amor se foi. (Sensacional é a cena em que, já depois dela ter morrido, ele atende ao telefone e parece escutar, ou não, a voz dela do outro lado da linha) 
A narrativa, por vezes, se beneficia de sua luminosa atriz: é fácil demais enamorar-se de Jennifer Connelly e se ver na mesma situação do protagonista. E o diretor Gordon jamais deixa claras as suas intenções, ou mesmo o tipo de filme que ele quer fazer (Um melodrama político? Um romance mediúnico? Ou apenas um drama romântico?), numa atitude bastante corajosa em termos de cinema norte-americano. Houve muitos outros filmes (alguns deles de primeira grandeza) nos quais pude conferir esta maravilha de atriz chamada Jennifer Connelly, mas por alguma razão, acho que o grande responsável mesmo pelo enorme fascínio que ela me despertou foi este “Amor Maior Que A Vida”.

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