John Ryder, o personagem de Rutger Hauer,
tornou-se rapidamente uma interessante referência depois do imenso sucesso de público
deste filme, até hoje lembrado com certo carinho por aqueles que se deliciaram
com seu suspense bem calibrado e com a inspirada direção de Robert Harman –embora
visto hoje, com todas experimentações constantes executadas no gênero ao longo
das décadas, ele pareça nem ter tanta inspiração assim.
Mas a consulta ainda é válida, já que deste
filme são herdeiros todos as combinações de thriller e road-movie que vieram
depois; incluindo “Perseguição”, com Paul Walker e outros títulos menos memoráveis.
C. Thomas Howell interpreta o rapaz que dirige
um carro pelo deserto do centro-oeste norte americano, a caminho de Los Angeles.
Na tradição do incauto protagonista que atrai
os problemas para si, ele dá carona a um homem à beira da estrada (Hauer, na
composição atraente e ameaçadora que fez dele um astro), para descobrir depois
que trata-se de um psicótico. O rapaz escapa milagrosamente do caroneiro, mas
este passa a perseguí-lo estrada afora, no que parece uma caçada interminável –enquanto
as circunstâncias insistem em fazer dele o suspeito nº 1 das atrocidades
cometidas por seu inimigo (detalhe que pode conduzir este filme a uma
intrigante reinterpretação dos fatos, embora seu simplismo não permite tanta
imaginação).
Apesar de prejudicialmente datado, este filme
permanece um competente exercício de suspense que marcou bastante a safra desse
gênero em meados dos anos 1980.
Rutger Hauer interpreta com frieza hipnótica um
dos personagens que fizeram sua fama neste trabalho muito bem roteirizado por
Eric Red, com proveitoso desenvolvimento de cenas e de personagens. Molde para
infindáveis suspenses road-movie que vieram depois.
Curioso notar que este
filme reúne o mesmo casal de atores (em personagens ligeiramente diferentes) de
um dos grandes filmes daquela mesma década. "Conquista Sangrenta":
Rutger Hauer e Jennifer Jason Leight.
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