domingo, 25 de outubro de 2015

Hardware - O Destruidor do Futuro

Há um sem fim de elementos fascinantes que destacam este brilhante conto de ficção científica da média geral de produções que surgiram ao longo dos anos: Uma reunião inusitada de talentos jovens, todos dispostos a expressar certa personalidade; uma ousadia saudável proporcionada pelas limitações orçamentárias –o filme foi uma co-produção entre Stephen Wooley, Miramax e MGM cujo desentendimento pelos direitos autorais, depois de seu inesperado sucesso, impossibilitou a realização de uma seqüência –e diversas referências, em geral à filmes europeus (isso, antes de Quentin Tarantino transformar tal coisa em moda!), que vão desde a iluminação colorida e psicológica de Dario Argento, até a atmosfera de elementos góticos de Mario Bava.
Num futuro inóspito, a radiação transformou em deserto toda a geografia que cerca a grandes cidades, onde os moradores por vezes se espremem em apartamentos que, não raro, são verdadeiras fortalezas que os protegem da violência exterior. Um andarilho dos desertos (Dylan McDermot) encontra em meio às dunas a carcaça de um robô, Mark 13, um dispositivo de guerra usado no passado, e a leva para sua namorada (Stacey Travis, uma ruiva sensacional!), uma artista plástica cuja obra é composta, muitas vezes, de sucata. Contudo, no apartamento dela, o robô, que não estava completamente destruído, se auto-repara e dá início à sua programação: demarcar um território (que no caso, acaba sendo o apartamento da garota) e exterminar todos os invasores. 
Clássico da era VHS dos anos 1990, este filme claustrofóbico preserva intactos seu clima e seu charme, que remetem imediatamente às histórias publicadas nas revistas em quadrinho “Heavy Metal” e “Metal Hurlant”, ou seja, tramas de ficção científica e horror que não economizavam na violência, no sangue, e em uma certa sensualidade, sempre com um exuberante acabamento visual. 
A soma desses elementos, e a maneira como são tão bem manipulados pelo diretor Richard Stanley, faz deste trabalho um exemplo louvável de Cult movie.

Nenhum comentário:

Postar um comentário