Há um sem fim de elementos fascinantes que
destacam este brilhante conto de ficção científica da média geral de produções
que surgiram ao longo dos anos: Uma reunião inusitada de talentos jovens, todos
dispostos a expressar certa personalidade; uma ousadia saudável proporcionada
pelas limitações orçamentárias –o filme foi uma co-produção entre Stephen
Wooley, Miramax e MGM cujo desentendimento pelos direitos autorais, depois de
seu inesperado sucesso, impossibilitou a realização de uma seqüência –e
diversas referências, em geral à filmes europeus (isso, antes de Quentin
Tarantino transformar tal coisa em moda!), que vão desde a iluminação colorida
e psicológica de Dario Argento, até a atmosfera de elementos góticos de Mario
Bava.
Num futuro inóspito, a radiação transformou em
deserto toda a geografia que cerca a grandes cidades, onde os moradores por
vezes se espremem em apartamentos que, não raro, são verdadeiras fortalezas que
os protegem da violência exterior. Um andarilho dos desertos (Dylan McDermot)
encontra em meio às dunas a carcaça de um robô, Mark 13, um dispositivo de
guerra usado no passado, e a leva para sua namorada (Stacey Travis, uma ruiva
sensacional!), uma artista plástica cuja obra é composta, muitas vezes, de
sucata. Contudo, no apartamento dela, o robô, que não estava completamente
destruído, se auto-repara e dá início à sua programação: demarcar um território
(que no caso, acaba sendo o apartamento da garota) e exterminar todos os
invasores.
Clássico da era VHS dos anos 1990, este filme
claustrofóbico preserva intactos seu clima e seu charme, que remetem
imediatamente às histórias publicadas nas revistas em quadrinho “Heavy Metal” e
“Metal Hurlant”, ou seja, tramas de ficção científica e horror que não
economizavam na violência, no sangue, e em uma certa sensualidade, sempre com
um exuberante acabamento visual.
A soma desses elementos, e
a maneira como são tão bem manipulados pelo diretor Richard Stanley, faz deste
trabalho um exemplo louvável de Cult movie.
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