EUA. Década de 1990. Um grupo de senhoras, imigrantes chinesas, é
unido pela amizade e pelo rito de jogar gamão toda a semana. Quando uma delas
morre, torna-se uma espécie de tradição implícita que a filha assuma seu lugar
à mesa.
Uma forma de não deixar que ninguém vá embora de verdade.
através dessa circunstância, desenrola-se o fio narrativo que costura a delicada tapeçaria narrativa tecida com zelo apaixonado pelo roteirista Ronald Bass, onde do dilema aflitivo da filha –ela deve ou não empreender uma viagem à China onde terá de contar à irmãs que nem conhece sobre o falecimento da mãe? –se ramifica até revelar e justificar a história de vida da mãe –e de como ela precisou deixar essas duas filhas para trás.
Uma forma de não deixar que ninguém vá embora de verdade.
através dessa circunstância, desenrola-se o fio narrativo que costura a delicada tapeçaria narrativa tecida com zelo apaixonado pelo roteirista Ronald Bass, onde do dilema aflitivo da filha –ela deve ou não empreender uma viagem à China onde terá de contar à irmãs que nem conhece sobre o falecimento da mãe? –se ramifica até revelar e justificar a história de vida da mãe –e de como ela precisou deixar essas duas filhas para trás.
Em meio ao grupo de amigas jogadoras de gamão –assim batizado clube da felicidade e da sorte –todas elas têm filhas. E todas elas, mãe e
filhas, têm suas próprias histórias.
Essa é uma descrição básica, e por que não,
superficial de "O Clube da Felicidade e da Sorte", um filme de
tamanha sensibilidade, de tamanha atenção à pequenos detalhes, à palavras que
nem sempre são ditas, momentos que nem sempre são vividos, sobre relações e
percepções que vamos deixando pelo caminho, que é um desafio tentar colocar em
uma sinopse sua história, e todas as peculiaridades que ele faz o expectador
experimentar.
Não estamos aqui diante de um filme sobre a
realidade brutal da guerra (embora haja um pouquinho disso), nem diante de um
drama de sofrimento espalhafatoso (ainda que haja, sim, sofrimento). Estamos
diante de uma filme essencialmente sobre mulheres, sobre adversidades sociais,
e acima de tudo, sobre a vida que deixamos de viver em sacrifício aos entes
queridos (neste caso, aos filhos, aos maridos e às imposições sociais das mais distintas naturezas).
E é primoroso o modo como o sensível diretor
Wayne Wang extrai poesia disso tudo, sem jamais soar pedante ou excessivo. Tudo
aqui tem seu tempo, seu ritmo, seu momento certo para chegar ao expectador, pois
não estamos falando de poucas histórias, são muitas, que vão e vêem no tempo,
pulando de uma personagem para outra.
Eu amo filmes sobre
mulheres. "Histórias Cruzadas" e "Orgulho e Preconceito"
são particularmente obras pelas quais tenho muito apreço. Mas, em meu coração
"O Clube da Felicidade e da Sorte" ocupa um lugar todo especial.
Revê-lo, significa experimentar de novo todas as emoções intrínsecas que ele me
proporciona. Que seja assim sempre!
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