sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Sucker Punch - Mundo Surreal

Como se mostrou habitual em seu cinema, o prólogo de “Sucker Punch” é de um virtuosismo que poucos diretores, além de Zack Snyder, são capazes de compor na tela –e o restante do filme que lhe segue não desmerece seu impacto.
Uma espécie de “Alice No País das Maravilhas” de abordagem em altíssima voltagem cinética e do ponto de vista dos lunáticos –e absolutamente pouco indicado à crianças –seu filme acompanha subjetivamente (mas, não do ponto de vista que inicialmente o expectador imagina) os percalços trágicos vividos por Babydoll (uma tentadora Emily Browning), vítima de abuso de seu padrasto e condenada por uma tentativa de assassinato do mesmo. A garota é enviada para um tenebroso hospício onde, junto das demais internas, planeja escapar. 
Ela tem três dias para elaborar seu plano, que é quando o cirurgião aparecerá para fazer-lhe uma lobotomia. Nesse tempo as jovens se empenham em obter a chave-mestra, um isqueiro para provocar um incêndio, e o mapa do local (fundamentais para sua fuga). 
Em cada empreitada, porém, suas mentes saem da realidade e vislumbram mundos fantásticos com samurais gigantes, zumbis nazistas, robôs, dragões e alienígenas (!).
Tudo isso pode ter, ou não, uma espécie de conexão com o desenlace final de sua busca por liberdade. 
O diretor Zack Snyder elabora um passeio vertiginoso por um mundo de sonhos nesse trabalho autoral amparado por seu estilo visual único onde ele reafirma o diretor que é: Um artesão absolutamente antenado com o que há de mais pragmático e iconoclasta na cultura pop. Tanto arrojo culmina numa cena finalmente inesperadamente emocionante –talvez a mais genuinamente emocionante cena de toda a carreira de Zack Snyder!
O resultado é intrigante, desigual e cult.

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