Como se mostrou habitual em seu cinema, o prólogo
de “Sucker Punch” é de um virtuosismo que poucos diretores, além de Zack
Snyder, são capazes de compor na tela –e o restante do filme que lhe segue não
desmerece seu impacto.
Uma espécie de “Alice No País das Maravilhas”
de abordagem em altíssima voltagem cinética e do ponto de vista dos lunáticos –e
absolutamente pouco indicado à crianças –seu filme acompanha subjetivamente
(mas, não do ponto de vista que inicialmente o expectador imagina) os percalços
trágicos vividos por Babydoll (uma tentadora Emily Browning), vítima de abuso
de seu padrasto e condenada por uma tentativa de assassinato do mesmo. A garota
é enviada para um tenebroso hospício onde, junto das demais internas, planeja
escapar.
Ela tem três dias para elaborar seu plano, que
é quando o cirurgião aparecerá para fazer-lhe uma lobotomia. Nesse tempo as
jovens se empenham em obter a chave-mestra, um isqueiro para provocar um
incêndio, e o mapa do local (fundamentais para sua fuga).
Em cada empreitada, porém, suas mentes saem da
realidade e vislumbram mundos fantásticos com samurais gigantes, zumbis
nazistas, robôs, dragões e alienígenas (!).
Tudo isso pode ter, ou não, uma espécie de conexão
com o desenlace final de sua busca por liberdade.
O diretor Zack Snyder elabora um passeio
vertiginoso por um mundo de sonhos nesse trabalho autoral amparado por seu
estilo visual único onde ele reafirma o diretor que é: Um artesão absolutamente
antenado com o que há de mais pragmático e iconoclasta na cultura pop. Tanto arrojo
culmina numa cena finalmente inesperadamente emocionante –talvez a mais genuinamente
emocionante cena de toda a carreira de Zack Snyder!
O resultado é intrigante,
desigual e cult.
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