Uma das obras paradigmáticas do gênero de
terror é o filme inglês “Hellraiser”, no qual o escritor especializado no gênero,
Clive Baker, logrou levar sua visão obscura e inovadora sobre a percepção de
medo para o cinema.
Lançado nos anos 1980, quando ainda haviam
muitos limites não testados para o gênero, o filme extrapolou as barreiras do
terror psicológico tão em voga, ao sagrar-se quase um herdeiro do seminal “O
Exorcista” e abordar temas espinhosos, como despudor e combinações que faziam
da produção em si um desafio aos nervos do expectador.
A trama mostra uma mulher adultera em Londres,
cujo amante outrora morto consegue ressuscitar quando uma gota de sangue cai no
mesmo chão em que ele acabou morrendo. Dessa forma, ele escapa do inferno, mas
a quantidade de sangue para mantê-lo é insuficiente. Assim, ela passa a
perpetrar outras mortes para que a carne de suas vítimas o restabeleça,
enquanto ele se prepara para a possível vinda dos asseclas do inferno que
certamente aparecerão para capturá-lo: os cenobitas.
Hoje um indiscutível clássico filme do gênero, “Hellraiser”
é, por outro lado, bastante discutível no que diz respeito aos excessos que o
definem, o que por vezes corresponde a um mau gosto por muitos dos seus não
apreciadores.
É, contudo, um espetáculo marcante pelo impacto
com que suas cenas se apresentam, intensas no uso da sexualidade e da
sanguinolência, e até consideravelmente focado em sua história, ao contrário de
suas continuações que passaram a explorar cada vez mais o gore e os personagens
dos cenobitas, especialmente seu líder, o emblemático Pinhead (personagem ao
qual ficou para sempre confinado seu intérprete, Doug Bradley).
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