“My Summer Of Love” é um conto niilista sobre
as ilusões da fé. Dentro de sua estrutura naturalista (tão comum a diretores
estrangeiros que lançam um olhar sobre uma cidade ou um país) temos o contraste
entre Mona (Natalie Press) e seu irmão (Paddy Considine). Este ausente em
grande parte do filme, talvez, pelo fato fugidio de negar sua natureza durante
grande parte da história.
Na realidade, pensando melhor, o verdadeiro
tema do filme pode ser justamente isso: o modo com as pessoas negam aquilo que
são, seja por meio de ilusões que criam para si mesmas, ou que criam para os
outros.
Se a ingênua Mona deposita em Tamsin (Emily
Blunt) suas esperanças de romper uma rotina que a sufoca, o irmão de Mona
parece ter depositado na crença em Deus a redenção que ele tanto parece buscar.
Mas em ambos os casos, eles serão abandonados. Mona ao fim verá a mentira por
trás de toda aquela vida idealizada com Tamsin, e a fugacidade disso, assim
como suas mentiras, levará Mona a encontrar a si própria; assim como seu irmão
verá, por meio da própria Tamsin, o quão frágil era a fé que ele julgava ter, e
que na falta desta, ele é afinal o ser humano violento e rude que vinha desde
então negando para si.
Tamsin (personagem que é,
portanto, o catalisador dessas transformações) é interpretada pela bela e
instigante Emily Blunt, inglesa linda, de um olhar desafiador e desconcertante,
que nos arrasta com ela.
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