quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O Assassino Em Mim

Não podia surgir nada muito medíocre da iniciativa de Michael Winterbottom em adaptar a obra maldita de Jim Thompson. Um dos mais incomuns diretores britânicos, e realizador de diversos projetos dos mais pouco usuais possíveis, ele captura o tom analítico que tanto incomoda no livro, e tem, no ator Casey Affleck, um imenso trunfo para o resultado a que se pretende: Na narrativa dilacerante de Winterbotton, a atuação de Affleck é um registro preciso de tudo de lúgubre e perverso que pode se esconder na alma humana, travestido da mais corriqueira faceta de normalidade. 
Sua história principia-se na década de 1960, numa cidadezinha do interior, onde um rapaz que trabalha como policial busca ocultar de todos os seus conhecidos seu instinto psicopata. Mas quando passa a se envolver com uma bela prostituta, seus anseios assassinos o levam a tramar a morte dela, de maneira cruel e violenta. Em meio às investigações, novas circunstâncias o fazem continuar vitimando outras pessoas, incluindo sua noiva, deixando assim um rastro de mortes. 
Winterbottom cria com crueza e visceralidade uma narrativa naturalista a serviço de um resultado forte e impactante. Suas cenas de assassinato (duas delas, em especial) são desagradáveis, realistas, desconcertantes e perturbadoras.

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